Ativistas do movimento Climáximo encheram com cimento buracos de um campo de golfe em Oeiras. Num protesto contra a desigualdade no acesso à água, trocaram as bandeirolas por bandeiras com a mensagem "Seca brutal, injustiça social!"
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"A crise climática e a escassez de recursos vindoura irão acentuar desigualdades já existentes na nossa sociedade, onde 1% detém a maior parte da riqueza, enquanto pessoas comuns lutam por uma vida digna", informou o Climáximo, em comunicado. "É urgente cortar emissões e gerir recursos com vista ao interesse público", lê-se no documento enviado às redações.
Segundo o Climáximo, o 1% dos mais ricos é 72 vezes mais responsável pelas emissões de dióxido de carbono que a metade do mundo mais pobre. "Não podemos mais tolerar os luxos dos ultra-ricos enquanto o planeta arde à sua conta", argumentam os ativistas, que se definem como "coletivo aberto, horizontal e anti-capitalista".
A ação do Climáximo aconteceu na ressaca da semana mais quente de que há registo e quando 85% do território português está em seca meteorológica, de acordo com dados, de junho, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Segundo relatórios das Nações Unidas, citados pelos ativistas, "afiguram-se no horizonte secas, incêndios, escassez alimentar, e ondas de calor que impossibilitam a vida em Portugal."
Este tipo de protesto não é novo, tendo sido já usado noutras ocasiões por outros movimentos de defesa do clima. No início do mês, elementos do “Extinction Rébellion”, conhecidos por fazer ações marcantes, encheram com cimento buracos de golfe em cinco campos em Espanha – Navarra, Barcelona, Madrid, Valencia e Ibiza.