Ativistas portugueses da flotilha já saíram de Israel e chegam esta noite a Portugal
O Governo confirmou, este domingo ao início da tarde, que os quatro portugueses que participaram na Flotilha Global Sumud já saíram de Israel e chegarão ao aeroporto de Lisboa, às 22.30 horas.
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Num comunicado enviado às redações, o ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou o repatriamento dos quatro cidadãos, anunciando que deverão chegar "ao fim da noite". "Serão acompanhados por um diplomata durante todo o percurso", acrescentaram. Mais tarde, o Governo revelou que a chegada está prevista para as 22.30 horas, no aeroporto de Lisboa.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves foram detidos na noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram a maioria das embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Os cidadãos portugueses, juntamente com mais de 450 ativistas de várias nacionalidades, foram levados pelas autoridades israelitas para um centro de detenção no deserto de Neguev, no sul de Israel.
A embaixadora portuguesa em Telavive, Helena Paiva, visitou os portugueses na sexta-feira, indicando que se encontravam "bem de saúde", mas que tinham relatado "várias queixas", que motivaram um protesto imediato da diplomata junto das autoridades israelitas e um protesto do ministro de Estados e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, junto do embaixador israelita em Lisboa, Oren Rozenblat.
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O MNE deu conta de que os ativistas "não foram sujeitos a violência física", mas "condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod [para onde foram levados após a intervenção israelita em alto mar] e no centro de detenção", além de terem estado "bastante tempo" sem água e comida.
Descrevendo-se como "pacífica", a flotilha afirmou que queria "romper o bloqueio de Gaza" e prestar "ajuda humanitária a uma população sitiada que enfrenta a fome e o genocídio".
O Governo israelita tem condenado repetidamente iniciativas como a da flotilha, acusando os ativistas de serem apoiados pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, visitou os ativistas no porto de Ashdod e chamou-lhes "terroristas" e "apoiantes do terrorismo", instando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a mantê-los "durante alguns meses" presos, em vez de proceder à sua deportação.