Face ao crescente descontentamento dos militares das Forças Armadas e à perda de atratividade da carreira, patente na consecutiva diminuição de efetivos, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, acena com aumentos para 2024. Em equipamentos e remunerações.
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Ouvida esta sexta-feira ao final da tarde nas comissões de Defesa e de Orçamento e Finanças, Helena Carreiras anunciou que o aumento, “há muito reivindicado pelos militares”, da componente fixa do suplemento da condição militar, em 70 euros mensais, terá efeitos retroativos a janeiro deste ano, o que, aliado à atualização salarial, faz antever que “em 2024 haverá um aumento histórico do rendimento dos militares”. Atualmente era de 30 euros mensais, passa para 100 euros em 2024.
Helena Carreiras apontou um aumento de 13,7%do orçamento, o que permitirá investir em várias áreas. Incluindo em equipamento, através do investimento de 533 milhões de euros previsto no âmbito da Lei de Programação Militar.
“Com uma dotação global superior a 2,9 mil milhões de euros, o orçamento da Defesa volta, uma vez mais, a crescer”, sustentou a governante, vincando que “há um aumento na ordem dos 10% em relação a 2023, comparando as dotações iniciais, e de 13,7% face à estimativa de execução em 2023”.
“Este aumento assegura incrementos orçamentais particularmente relevantes em três áreas que são centrais para a ação da defesa nacional: continuar a investir em meios e equipamento militares necessários para prosseguir as nossas missões; garantir os melhores níveis de operacionalidade e de interoperabilidade; e assegurar os compromissos internacionais assumidos por Portugal”, disse.
Para a Lei de Programação Militar, está previsto um aumento de quase 23%. “Pretendemos investir 533 milhões de euros em 2024 – são mais 22,7% – em capacidades das Forças Armadas em todos os domínios operacionais: terra, mar, ar, espaço e ciberespaço. Estamos a executar a maior Lei de programação Militar de sempre. Está em curso a aquisição de novos equipamentos e a reposição de reservas de guerra, sempre com aposta na inovação, investigação e desenvolvimento, bem como na sustentação dos meios”, sublinhou Helena Carreiras.
Apesar dos aumentos anunciados, o deputado do PSD, António Prôa, disse que “a despesa em Defesa em percentagem do PIB tem vindo a diminuir”.