Os presidentes das Comunidades Intermunicipais do Norte (CIM), bem como vários autarcas desta região, apresentaram esta manhã de sábado, em Bragança, um Memorando de Entendimento conducente à implementação de regiões administrativas em Portugal Continental.
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"Este encontro de Bragança é um encontro seminal para um movimento global de um conjunto de autarcas e instituições da sociedade civil, para podermos pensar o país de uma maneira distinta do que tem sido feito ao longo dos últimos anos, sobretudo em democracia", referiu o presidente do Conselho Regional do Norte (órgão consultivo da CCDRN), Miguel Alves, autarca de Caminha, destacando que o "encontro começa no Norte do Norte, ganhando o Norte para ganhar o país".
O memorando acorda em promover a implementação de regiões administrativas, propor aos partidos políticos, que se submetem a sufrágio nas legislativas de outubro, que promovam a implementação da regionalização na próxima legislatura e propor que na próxima legislatura seja convocado um referendo para os portugueses se pronunciarem sobre o tema.
Os autarcas consideram que nestes 20 anos, após o primeiro referendo à regionalização, que foi chumbado, "as assimetrias aumentaram, o Norte está cada vez mais distante do que é a evolução do país, apesar de ser a região que mais exporta e a região que mais empregos criou nestes anos difíceis da troika", disse Miguel Alves, que agora vai marcar reuniões com os presidentes dos Conselhos Regionais das outras regiões portuguesas para envolver todo o território nacional. "Isto não é um problema do Norte mas de todo o país, porque retirando a área metropolitana de Lisboa, o resto do país tem crescido menos que a União Europeia. Temos que criar uma mobilização do país para o criar de outra forma, através da criação de regiões e para que haja um poder intermédio que olhe para os territórios e que consiga afirmar políticas nas regiões e gerir dinheiros e tomando decisões com a legitimidade de uma voz eleita", acrescentou o autarca.
No encontro participou também o autarca do Porto Rui Moreira, que tranquilizou os restantes presidentes de câmara afirmando que o Porto "não quer ser capital de coisa nenhuma".
A ideia foi lançada pelo presidente da câmara de Famalicão, Paulo Cunha, que considera "que há um contexto favorável a que o tema fosse debatido na sociedade civil, estamos a começar e estamos seguros que se vai estender a todo o país.