Especialistas atribuem ao Chega e à Iniciativa Liberal a causa da descida dos centristas na última sondagem.
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O CDS-PP está em risco de vir a lutar pela sua sobrevivência, caso se confirmem os resultados descendentes nas sondagens. É o que consideram especialistas em Ciência Política, que atribuem a queda do CDS-PP à reorganização da Direita, fruto do aparecimento do Chega e da Iniciativa Liberal (IL). As eleições autárquicas serão importantes para o futuro de um partido que sempre pertenceu ao arco da governação.
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A última sondagem feita pela Aximage para o JN/DN/TSF colocou os centristas com 0,3% de intenções de voto nas legislativas, o que irritou o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, ao ponto de a classificar como uma "palhaçada". O líder do partido anunciou que faria queixa na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC). A reclamação ainda não foi, porém, formalizada, confirmou o JN junto do partido e da ERC (ler ficha).
Mas o resultado não surpreende especialistas em Ciência Política. "Que o CDS-PP está mal, parece-me evidente. Corre o risco de ser um partido cuja sobrevivência pode ser discutida", considera José Palmeira, investigador da Universidade do Minho.
Para António Costa Pinto, a situação descendente do partido do Largo do Caldas deve-se à "reorganização do espaço partidário à Direita", com o aparecimento do Chega e da IL. "O CDS-PP é evidentemente o maior sofredor dessa crise que se instalou na Direita", diz.
Lugar no Parlamento
"Se Francisco Rodrigues dos Santos tivesse um lugar no Parlamento talvez ganhasse maior visibilidade e conseguisse inverter um pouco a situação do partido, que é muito complicada", acrescenta José Palmeira, defendendo que as eleições autárquicas vão ser "um importante teste" para o partido.
"Aparentemente, a estratégia de mudar de liderança para alguém que não é notável nem tem muita visibilidade não parece ter resultado. O facto de Francisco Rodrigues dos Santos não ter lugar no Parlamento, ao contrário do líder do Chega, ainda lhe tira mais vantagem", concorda o politólogo António Costa Pinto, convicto de que o futuro do CDS-PP depende muito da sua capacidade de fazer alianças com o PSD.
Queixa
Por concretizar
Uma "antecipação do Carnaval". Foi assim que o líder do CDS-PP encarou a sondagem JN/TSF/DN, anunciando uma queixa na ERC. Mas ainda não foi formalizada.
Procedimento
Se for formalizada, a ERC irá proceder à "apreciação/leitura dos termos". "Face ao que venha descrito", a entidade poderá arquivar ou abrir um processo. O órgão de comunicação social será notificado para defesa e, depois, a ERC emite uma decisão.