O Bloco de Esquerda exigiu, esta segunda-feira, a criação de uma taxa sobre lucros que considera abusivos em torno de bens e serviços essenciais, como alimentos e combustíveis, e um aumento intercalar dos salários.
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"O Governo não quer mexer na política de rendimentos e salários, o que, para nós, é incompreensível e inaceitável", denunciou o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, no final da audiência do partido com os ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares, respetivamente Fernando Medina e Ana Catarina Mendes, em torno da proposta de Orçamento do Estado para 2022.
Para os bloquistas, o previsível aumento da inflação junto com o preço dos combustíveis e do cabaz alimentar "é um corte no poder de compra e nos salários". "E o Governo não agir é algo, para nós, incompreensível", acusou Pedro Filipe Soares.
Considerando que as medidas, anunciadas esta segunda-feira, são insuficientes, o Bloco exige que o Governo crie uma taxa sobre "os lucros abusivos" de empresas como a "Galp, a EDP, e o Pingo Doce", que estarão a ganhar "milhões" à custa do aumento inflacionado do preço de produtos essenciais.
"O ministro das Finanças disse que não está nos planos do Governo criar uma taxa sobre estes lucros abusivos", denunciou, de imediato, o líder parlamentar do BE, acusando o Executivo de António Costa de uma "teimosia incompreensível" e de ter "respostas limitadas" para as famílias, ao "recusar controlar preços de alguns setores".
Além disso, os bloquistas reclamam um "aumento intercalar" dos salários para que seja reposto o poder de compra das famílias.