Os comunistas deixaram antever, esta segunda-feira, um novo cartão vermelho à proposta do Orçamento do Estado para 2022, considerando que é pior do que o documento apresentado em outubro passado. O PCP exige aumentos salariais e a fixação de preços máximos.
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Para o PCP, o Governo continua a "transferir custos para os trabalhadores e para o povo". Em causa, o facto de o Executivo socialista não interferir ao nível da fixação de preços máximos nem aceitar aumentos salariais acima da inflação.
"O Governo socialista não está disponível para aumentar salários nem para combater os lucros dos grandes grupos económicos", acusou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, no final da reunião, desta segunda-feira, com os ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares, respetivamente Fernando Medina e Ana Catarina Mendes.
Para Paula Santos, os "preços especulativos" devem-se a um aproveitamento de grandes grupos económicos, primeiro, da desculpa da pandemia e agora da guerra na Ucrânia. O objetivo é aumentar os lucros, denuncia a líder parlamentar do PCP, acusando o Governo de não pretender acabar com esta situação.
Os comunistas defendem, assim, que o Executivo de António Costa deveria intervir no mercado, fixando preços máximos para bens e serviços. E consideram que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 deveria ter mais repostas do que o documento rejeitado em outubro. Como não tem, será uma proposta ainda pior.
"Se o Governo recusou em outubro as propostas do PCP para resolver os problemas, com esta proposta fica ainda mais longe em relação ao que é fundamental face à realidade que temos", sustenta Paula Santos, exigindo respostas ao nível do preço das habitações, dos salários, da recuperação do poder de compra, do Serviço Nacional de Saúde, de uma rede de creches públicas, além da fixação de preços.