O deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda ironizou que "afinal para dançar o tango são precisos três", comentando a proposta do líder democrata cristão para um Governo formado pelo PS, PSD e CDS.
Corpo do artigo
No debate sobre o "Estado da Nação", o deputado do BE apontou "aspectos picarescos" de hoje, quinta-feira, referindo-se a "esta recente e revolucionária descoberta do deputado Paulo Portas, de que afinal para dançar o tango são precisos três".
O líder do CDS não ouviu esta declaração, por não se encontrar no plenário, mas momentos antes, pedira ao primeiro-ministro, José Sócrates, para abandonar o Governo e defendeu que seja formado um Executivo com os democratas cristãos, PSD e PS.
Fazenda apontou ainda os "arrufos com o PSD, próprios de uma união de facto orçamental e já moldada no Programa de Estabilidade e Crescimento".
Mas, para o BE, o debate fica marcado "pelo desconforto e mal-estar do Governo e do PS", porque "para o ano vai estar pior".
"Para o ano, teremos mais recessão, menor crescimento, menores condições para fazer face ao desemprego e para relançar a economia em Portugal", disse Luís Fazenda, concluindo que "o debate do estado da Nação do ano que vem é o debate do pessimismo inveterado".
Dirigindo-se à bancada socialista, o deputado do BE considerou que o foco da preocupação "parece ser apenas o da estabilidade política", mas, alertou, "em si, esta não é uma alternativa para a crise que vivemos".
Fazenda condenou o Governo por "criticar a Comissão Europeia de ser ultraliberal, mas faz as mesmas medidas internamente".