Aluna da Leiria aprimora-se para entrar no ISCTE e já ambiciona um mestrado em Relações Internacionais.
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Beatriz Abreu, 17 anos, levanta-se todos os dias às 9 horas, toma o pequeno-almoço, e às 9.45 horas em ponto começa a fazer exercícios de Matemática. Faz ciclos de estudo de 50 minutos, com intervalos de 15 minutos, até às 17 horas, e pára apenas para almoçar e lanchar. Determinada a entrar no curso de Gestão do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, receia que a média de 17 valores no Secundário não seja suficiente, pelo que decidiu repetir os exames de Português e de Matemática, para tentar melhorar as notas de 14 e 13 valores.
Mesmo antes de saber as classificações, divulgadas a 15 de julho, a aluna de Leiria percebeu que os resultados iam ser mais baixos do que pretendia, pelo que começou a preparar-se para os exames da segunda época logo no dia 10. De manhã, relia os apontamentos de Português, e à tarde fazia dois exames de Matemática.“Se só começasse a estudar no dia 15, ia sentir muita pressão e isso ia afetar-me, porque o exame de Português era no dia 18”, justifica.
E o esforço parece ter valido a pena, pois está a contar ter 16 valores, tendo em conta que as obras eram “mais fáceis” do que na primeira época. Por isso, tem a expectativa de que o exame de Matemática, que vai repetir amanhã, também não seja tão difícil. “Vou fazer, para garantir que, se esta nota não chegar, consigo entrar na segunda fase”, esclarece.
Na véspera de escolher as seis opções de acesso ao Ensino Superior, Beatriz ainda está na dúvida se a seguir a Gestão no ISCTE, vai pôr Gestão Industrial e Logística, e Gestão de Marketing, ambas no ISCTE, para, caso não entre em Gestão, poder pedir transferência de curso no 2.º ano, uma vez que as unidades curriculares são iguais no 1.º ano. “Mas, para o conseguir, teria de ser uma das melhores alunas do curso, e seria uma grande pressão”, observa.
Apesar de ter média para entrar em Gestão no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, em Lisboa, e de saber que a licenciatura em Inglês lhe abre mais portas a nível internacional, esta solução não lhe agrada tanto. “No Finantial Times, o ISCTE estava muito mais bem posicionado do que o ISEG”, argumenta. Por isso, se não conseguir entrar no ISCTE, prefere tirar Gestão na Católica, por o plano de estudos lhe agradar mais, e ser a “22.ª melhor escola a nível europeu”.
Depois de concluir a licenciatura, Beatriz quer tirar um mestrado em Relações Internacionais, pois gostava de trabalhar numa organização não governamental na área social. “Quero conseguir fazer a diferença, e ajudar quem não tem as mesmas oportunidades que nós”, afirma. Mas, até lá, vai aproveitar o último dia para estudar para o exame de Matemática, para depois ter as merecidas férias com a família.