Os bispos portugueses reuniram, esta quarta-feira, em Fátima com representantes do Vaticano para debater a "articulação" entre as partes no tratamento de casos de abuso sexual cometidos por membros da Igreja.
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O encontro entre o episcopado e membros do Dicastério para a Doutrina da Fé aconteceu no decorrer da Assembleia Plenária Extraordinária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Em comunicado, os bispos explicam que a reunião serviu para "consolidar a articulação" entre as dioceses portuguesas e aquele organismo da Santa Sé, no âmbito do tratamento a dar aos casos de abuso de menores perpetrado por clérigos.
Sem especificar como será feita essa "articulação", os bispos referem que o encontro "insere-se no percurso que a Igreja em Portugal está a percorrer para prevenir e implementar uma cultura de cuidado e proteção dos menores e adultos vulneráveis nos seus ambientes”.
A questão dos abusos foi, aliás, um dos temas que esteve em análise nesta reunião plenária dos bispos, que assinalaram o primeiro mês de atividade do Grupo VITA, criado pela CEP e coordenado pela psicóloga Rute Agulhas. Segundo aquela nota de imprensa, os bispos "tomaram conhecimento dos primeiros passos dados no acolhimento às vítimas", de forma a "acompanhar o projeto em curso".
Durante esta Assembleia Plenária, teve também lugar a homologação das Comissões Episcopais para o 2023-2026 e a nomeação, para o mesmo triénio, do padre Jorge Ferreira, da Diocese de Angra, e do monsenhor Manuel Saturnino da Costa Comes como diretores espirituais do Pontifício Colégio Português.
O comunicado da CEP faz ainda um balanço da Jornadas Pastorais do Episcopado, realizadas ontem e que tiveram como tema central a Jornada Mundial da Juventude. O encontro contou com cerca de 100 participantes, entre osn quais, membros dos Comités Organizadores Diocesanos, que defenderam a necessidade de "escutar os jovens numa perspectiva sinodal", reconhecendo que os mais novos "são protagonistas do processo de renovação da Igreja. Segundo a nota da CEP, os participantes sublinharam também a necessidade de "investir em recursos humanos a tempo inteiro" para se dedicarem à pastoral juvenil.