O BE apontou a Cavaco Silva, esta quarta-feira, no Parlamento, responsabilidade pela "lentidão artificialmente imposta" para a formação de um novo Governo. O deputado José Manuel Pureza apelou a Belém que "deixe de fazer pouco do país".
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"Toda a lentidão artificialmente imposta aos procedimentos da formação de um novo Governo que corresponda às condições de maioria estável criadas nesta Assembleia da República tem em vista unicamente degradar a situação e facilitar as pressões e as chantagens dos mesmos de sempre, dos que nunca desistirão de ser donos disto tudo", disse o deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Manuel Pureza.
Segundo o bloquista, o chefe de Estado "foi mais rápido que a própria sombra quando se tratou de proteger o seu Governo, prestes a evaporar-se pela demissão irrevogável de Paulo Portas". Porém, agora, perante a demora imposta, "espera-se [de Cavaco] que responsavelmente deixe de fazer pouco do país e garanta o regular funcionamento das instituições democráticas".
Pureza referiu até que Cavaco está a impor ao país "a teoria do 'ai aguenta, aguenta'", quando lembrou que esteve cinco meses num Governo de gestão.
O deputado frisou ainda que "o extremismo da Direita não tem nenhuma relação com a realidade".
"Para azar dos seus ideólogos e dos seus intérpretes políticos, já nem os mercados os ajudam na chantagem do medo: hoje mesmo Portugal fez emissão de dívida com juros baixíssimos", aludiu.