A Liga de Bombeiros Portuguesa (LBP) relembrou que os bombeiros voluntários que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) continuam, até agora, a aguardar pelos pagamentos aprovados, em maio deste ano, na Diretiva Operacional Nacional 2022 - instrumento de gestão do orçamento público associado aos diferentes dispositivos operacionais da proteção civil.
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Apesar de a ordem de trabalhos do Conselho Nacional de bombeiros, que decorreu durante a tarde de sábado, dia 24 de setembro, ter sido direcionada para a aprovação de uma organização operacional própria de bombeiros, António Nunes, presidente da Liga de Bombeiros Portuguesa (LBP), disse, em declarações ao JN, que esteve, ainda, em cima da mesa o atraso no pagamento das despesas no combate a incêndios rurais às associações de bombeiros por parte do Ministério das Finanças.
Até à data da reunião extraordinária, António Nunes apontou que as despesas ainda não tinham sido pagas. "Não houve nada a acrescentar quanto a essa situação", disse, revelando que a LBP já tinha tido conhecimento, embora de forma informal, que o Ministério das Finanças "teria libertado, durante a semana, a autorização para que isso pudesse acontecer"
"Não houve nenhuma posição de reforço daquilo que é a nossa vontade: de dizermos que achamos ser tempo de se proceder ao pagamento das despesas para os fogos florestais", afirmou António Nunes.
Ainda que não exista um comunicado oficial sobre a matéria, o presidente da LBP avançou que "há fortes hipóteses" das despesas começarem a ser pagas durante esta semana: "parece-nos que há uma vontade por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) em seguir com as verbas necessárias ao pagamento. Se assim for, teremos capacidade para poder enfrentar qualquer outro tipo de situação durante o mês de outubro", rematou.
Relembre-se que a Diretiva Financeira 2022, aprovada pelo Ministério da Administração Interna, em articulação com a LBP, acordou um pagamento de 61 euros por dia aos bombeiros voluntários e de 71 euros aos elementos de comando que integram o DECIR. Situação que representaria, de acordo com o ministério tutelado por José Luís Carneiro, um reforço de 3,2 milhões de euros no montante alocado, pela ANEPC, aos dispositivos operacionais.