José Luís Carneiro garantiu, este sábado, que ficará "atento" ao trabalho de Pedro Nuno Santos como líder do PS. No entanto, garantiu que estará ao seu lado na campanha das legislativas. Carneiro deixou o Largo do Rato sem se cruzar com Pedro Nuno, mas recusou qualquer mal-estar: "Agora é o tempo dele", justificou.
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O ainda ministro da Administração Interna confirmou falou com Pedro Nuno Santos logo depois de ter sabido os resultados, tendo-lhe manifestado a sua "disponibilidade" para "trabalhar para o PS" e "servir Portugal". Ainda assim, alertou que cabe à nova liderança "assegurar a unidade e a pluralidade".
"Estaremos sempre atentos e disponíveis para colaborar no reforço do PS", reforçou Carneiro. Logo depois, apelou à união interna: "A partir de hoje, somos todos socialistas", garantiu.
Terminado o breve discurso, Carneiro deixou o Rato sem se cruzar com Pedro Nuno Santos. Confrontado pelos jornalistas, chamou "camarada" ao vencedor e procurou esclarecer que não há qualquer mal-estar entre ambos: "Agora é o tempo dele", afirmou, explicando que regressava à sua sede de campanha para estar com pessoas que vieram de longe para o apoiar.
José Luís Carneiro revelou ainda que estará ao lado de Pedro Nuno durante a caminhada para as legislativas de março, referindo que ambos irão "fazer campanha juntos".
Não esclarece se aceitará ser ministro e elogia Costa
Durante o discurso, o ainda ministro considerou que a sua candidatura alcançou um "notável resultado", realçando que ele foi "dos mais relevantes das candidaturas não ganhadoras" existentes no PS até hoje. Disse ter protagonizado um "amplo movimento" que deve ser aproveitado pelo partido.
Questionado por várias vezes sobre se aceitaria ser ministro de um Governo de Pedro Nuno, acabou por responder apenas que, se estivesse apenas preocupado com a própria carreira política, "talvez não tivesse sido candidato". Esta intervenção foi aplaudida.
Perante a insistência dos jornalistas, Carneiro limitou-se a acrescentar que irá sempre "avaliar" eventuais convites, embora frisando que a nova direção é soberana. Disse que, para já, tem apenas uma certeza: "Estamos todos unidos no objetivo de servir Portugal".
José Luís Carneiro reservou ainda uma palavra para António Costa: "Deixa no partido e no país uma marca que nos honra a todos", rematou.
Pedro Nuno Santos venceu as eleições internas no PS com 62%, contra os 36% de Carneiro. O resultado de Daniel Adrião Rondou os 2%.