Programa do Governo para incentivar à compra de carros menos poluentes não convence todo o setor automóvel. "Famílias estão sem dinheiro", diz ACP.
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Os pedidos de cancelamento de matrícula de veículos em fim de vida superam os cem mil por ano, segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Nos últimos seis anos (dados até 4 de setembro de 2023), mais de 600 mil seguiram para abate por não terem condições para circular. Em 2024, o Governo vai voltar a criar um incentivo para retirar das estradas os automóveis em fim de vida, matriculados até 2007, extinto em 2016. O setor automóvel aguarda com expectativa a definição das regras, bem como o valor, mas há quem questione se o apoio será suficiente para incentivar a compra de carros mais ecológicos, em plena crise.
“O abate de veículos em fim de vida é um dos poucos instrumentos que podem incentivar a renovação do parque automóvel”, diz Hélder Pedro. O secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) afirma que a criação de um programa de incentivo é uma reivindicação antiga, que se tornou urgente em 2020, quando a crise pandémica impactou as vendas do mercado automóvel. “Há 1,5 milhões de veículos com mais de 20 anos a circular nas estradas”, acrescenta ao JN.