A cabeça de lista do BE, Catarina Martins, ingnorou a queda do partido, que passou de dois para um eurodeputado, preferindo colocar a tónica na sua eleição. Já para a coordenadora nacional, Mariana Mortágua, também é de destacar a derrota da "extrema-direita".
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O Bloco de Esquerda, que partia com dois eurodeputados, passou de terceira força política nas Europeias para quinta. Ainda assim, o BE recusou falar em derrota, preferindo saudar a manutenção da representatividade no Parlamento Europeu e a queda da extrema-direita, vulgo do Chega, face às legislativas.
“Tal como nas legislativas, o BE resiste”, declarou a coordenadora nacional, Mariana Mortágua, numa altura em que os resultados eleitorais ainda não asseguravam a eleição de Catarina Martins mas que o BE considerava ser certa.
À semelhança do líder parlamentar, Fabian Figueiredo, no início da noite eleitoral, Mariana Mortágua preferiu centrar também o discurso na “derrota da extrema-direita face aos resultados das legislativas”. “Não podemos deixar de apontar como positiva a perda do ódio e da violência”, vincou, enquanto a cabeça de lista, Catarina Martins, avisava precisamente que o BE, no Parlamento Europeu, não vai aceitar “a vergonhosa criminalização da imigração” e “nenhum recuo nas liberdades”.
Apesar de as projeções terem antecipado uma queda acentuada do BE, chegando a não dar como segura a eleição de Catarina Martins, o BE recusou sempre atirar a toalha ao chão e, muito menos, assumir uma derrota. “Estamos certos de que, no final da noite, vamos celebrar a eleição (de Catarina Martins)”, disse Fabian Figueiredo, ao início da noite.
Para o líder parlamentar, a única derrotada da noite seria a “extrema-direita”, pelo discurso defendido, na campanha, em relação à imigração. “As mentiras da extrema-direita são as grandes derrotadas desta noite eleitoral”, disse.
Em 2019, o BE foi a terceira força política, com 325.534 votos (9,82%), conquistando dois eurodeputados, Marisa Matias e José Gusmão, a quem coube se pronunciar sobre a participação eleitoral, considerando que “significa que os portugueses compreenderam a importância destas europeias”.