O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues Santos, quer "perceber de que forma o arranjinho já está ou não em estado avançado" entre Rui Rio e António Costa para a governação do país na sequência das legislativas. Além disso, assegurou esta quinta-feira que apenas o voto no CDS é "útil" para evitar que "o PSD vá por maus caminhos" e os votos em Rio vão parar "ao bolso" de Costa, sendo igualmente um "antídoto contra o bloquismo esquerdista da Iniciativa Liberal e o fanatismo populista do Chega".
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O líder centrista falava em Gaia, num lançamento "simbólico" da campanha com a cabeça de lista pelo distrito do Porto, Filipa Correia Pinto, e históricos do partido, que reuniu figuras como José Ribeiro e Castro, António Lobo Xavier, Manuel Queiró, Adalberto Neiva de Oliveira, Fernando Moura e Silva, Alberto Baldaque, Sílvio Cervan, Maria Graça Samagaio, José Paulo Carvalho e José Marcelo Mendes Pinto.
Em declarações aos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos referia-se à liderança nas sondagens dos partidos do chamado bloco central, antes de se iniciar o debate entre Rui Rio e António Costa. E também assegurou que "o CDS está vacinado contra as sondagens".
O líder centrista defendeu no encontro que o voto no CDS "é o único voto útil para quem quer um Governo de Direita em Portugal porque impede que o PSD vá por maus caminhos e, por outro lado, que os votos no PSD vão "parar ao bolso de António Costa".
"Ao mesmo tempo, somos um antídoto contra o bloquismo esquerdista da IL e o fanatismo populista do Chega. Quem quer um Governo de Direita em Portugal só tem uma opção nas legislativas, é votar no CDS" para as suas propostas ganharem força e para que, na formação do próximo Governo, "possa ter capacidade de influenciar e mudar o país à Direita por uma nova maioria", assegurou Francisco Rodrigues dos Santos.
"Libertar país do socialismo"
Quanto às sondagens, atribuiu a bipolarização "à forma como foram organizados os debates", porque os líderes do PSD e do PS "vão ter muito mais tempo de antena para debaterem entre si do que a generalidade dos outros candidatos com representação parlamentar".
Sobre um cenário de governabilidade com o regresso de um bloco central, o líder do CDS disse apenas poder "garantir que o voto no seu partido "não viabilizará um bloco central de interesses, nem será um voto para fazer qualquer arranjinho". O programa do CDS, sublinhou a propósito, "é para libertar o país do PS e para uma rutura com o socialismo".
"Porta aberta para bloco central de interesses"
Sobre o confronto entre Rio e Costa, esta noite de quinta-feira, disse tratar-se de um debate "entre dois partidos que abrem a porta para se entenderem e o CDS não quer ter rigorosamente nada a ver com isso". Do mesmo modo, esperou que o debate sirva para entender se "este arranjinho já está ou não em estado avançado".
Questionado sobre se ambos os líderes, do PS e do PSD, tinham obrigação de clarificar se pretendem chegar a entendimento para governar, Francisco Rodrigues dos Santos considerou que essa vontade ficou expressa. "No debate que tive com Rui Rio, questionei-o diretamente e a resposta foi que, de facto, há porta aberta para viabilizar um bloco central de interesses". E, quando debati com António Costa, também percebi que, caso fosse necessário para atingir uma maioria parlamentar, não descarta liminarmente a hipótese de se entender com o parceiro PSD".
Em jeito de apelo, o líder centrista insistiu que, "para quem quer uma alternativa, há um espaço de centro-direita, democrata, popular, fiel aos valores de sempre, da democracia cristã, que é o CDS".
"Direita certa para Portugal"
"E como o voto útil acabou nas legislativas de 2015, todos os eleitores de centro-direita que deram vitórias a este espaço político nas autárquicas podem ver que o voto no CDS nunca será desperdiçado para a formação da Direita em Portugal", garantiu ainda.
Quanto ao "início simbólico da campanha eleitoral", em Gaia, destacou ser também "uma data que assinala o dia em que o CDS foi registado no Supremo Tribunal de Justiça, o que demonstra que não é um partido que surgiu há dois dias, não é fruto de um acaso ou de uma moda, mas um partido fundador da nossa democracia com um papel insubstituível" e "como a Direita certa para Portugal".