Chefe de gabinete de Galamba diz que planos da TAP só estavam no portátil de Frederico
A chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas afirmou, na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da TAP, que o computador que o ex-adjunto, Frederico Pinheiro, utilizava era o único local onde estariam guardados muitos dos documentos classificados referentes ao plano de reestruturação da empresa. Questionada, Eugénia Correia disse que as perguntas sobre a pertinência dessa decisão deveriam ser feitas à sua antecessora, do tempo de Pedro Nuno Santos.
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Eugénia Correia afirmou que o computador em causa, que Frederico Pinheiro levou para casa no dia em que foi exonerado, continha "informações muito relevantes" sobre a TAP, incluindo documentos classificados "mas não só". "Toda a documentação mais relevante dos últimos anos referente à TAP estaria naquele computador", frisou.
A chefe de gabinete referiu que, uma vez que os documentos não existiam "no arquivo do ministério", teve de pedir a Frederico Pinheiro "que procurasse, no seu computador, os documentos que podiam corresponder àquilo que os senhores deputados tinham pedido" para analisar na CPI.
Face a esta resposta, o deputado do PCP, Bruno Dias, quis saber por que motivo o ministério guardava documentação tão relevante "apenas num portátil". "E se o portátil se partisse? E se caísse da bicicleta?", indagou, numa alusão ao meio de transporte que o ex-adjunto de Galamba costumava utilizar para se deslocar até ao ministério.
Eugénia Correia respondeu: "Senhor deputado, a sua pergunta é muito pertinente mas tem de a fazer a quem geriu o gabinete MI [ministério das Infraestruturas] antes de mim". A chefe de gabinete de Galamba remetia, assim, as questões para Maria Antónia Barbosa de Araújo, a sua antecessora - embora sem a nomear.
Maria Antónia Araújo liderava o gabinete do ministro Pedro Nuno Santos até este ter pedido a demissão, no final do ano passado. Desde 4 de janeiro de 2023 passou a ser chefe de gabinete do novo secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco.
Eugénia Correia garantiu que todos os ficheiros chegados ao ministério desde a sua entrada em funções estão guardados em segurança. "Desde 4 de janeiro, todos os documentos estão no arquivo e têm ofício de entrada e saída. Antes de 4 de janeiro não sei. Não estando no arquivo do gabinete será, certamente, muito mais difícil o controlo dessa informação", concluiu.