O chefe do Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, pediu a demissão esta quarta-feira, invocando "razões pessoais".
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"O Presidente da República recebeu hoje uma carta do General Francisco José Rovisco Duarte, que, invocando razões pessoais, pede a resignação do cargo do Chefe de Estado-Maior do Exército", revela a Presidência da República em comunicado.
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"A carta foi transmitida ao Governo, a quem compete, nos termos constitucionais e da Lei orgânica das Forças Armadas, propor ao Presidente da República a exoneração de chefias militares, ouvido o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas", completa o texto.
Segundo fontes militares contactadas pela Lusa, o general Rovisco Duarte justificou perante o Exército o pedido de demissão do cargo de Chefe do Estado-Maior do ramo afirmando que "circunstâncias políticas assim o exigiram".
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O pedido de exoneração de Rovisco Duarte ocorre dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na sequência da demissão de José Azeredo Lopes do cargo.
O anterior ministro invocou a necessidade de evitar que as Forças Armadas fossem prejudicadas pelo "ataque político" e as acusações de que afirmou estar a ser alvo por causa dos desenvolvimentos da investigação judicial à recuperação do material militar furtado em Tancos, divulgada a 29 de junho de 2017.
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A demissão de Rovisco Duarte acontece um ano depois da recuperação da maior parte do material, divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros dos paióis de Tancos.
A investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.
A demissão de Rovisco Duarte já tinha sido defendida pelo CDS-PP, que propôs na Assembleia da República uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades pelo furto.