Com 19,8 valores no exame de Português, Inês Monteiro esteve entre os alunos que contribuíram para que o Colégio de Nossa Senhora do Rosário figurasse no ranking com a média de 17,91, o melhor resultado nacional na disciplina. A nota da antiga aluna de Ciências foi a classificação mais elevada alcançada na escola privada do Porto nesta prova; uma conquista feita à custa de "uma grande preparação" e "persistência", como revela Inês, que acabaria por ingressar no curso de Psicologia, na Universidade do Porto, com a média de 19,9 valores.
Corpo do artigo
Com a gramática como "ponto forte" e "mais dificuldade" na interpretação de textos, Inês não se acomodou e transformou as classificações de 17 e 18 com que iniciou o Secundário a Português num 20 de média interna no 12.º ano. "Por uma questão de brio", por ter desenvolvido "mais interesse" pela área e, também, porque era uma das disciplinas específicas possíveis para o ingresso em Psicologia, explica ao JN a estudante de 19 anos, lembrando que "ler as obras integralmente e estudar por gosto" também foram fatores que marcaram a diferença.
14998837
"Nunca nos limitámos às aprendizagens essenciais. Na "Mensagem" [de Fernando Pessoa], estudamos os 44 poemas", exemplifica o coordenador da disciplina, Paulo Jorge Pinto, salientando que, no Colégio do Rosário, se faz "uma aposta efetiva no Português". "Sentimos necessidade de levar a sério as Humanidades que, nos últimos anos, foram relegadas para segundo plano", observa o docente, lembrando a maior valorização de áreas como as "matemáticas, ciências e engenharias".
"Esta disciplina é fulcral, nuclear: para termos bons alunos a Biologia e a Matemática, temos de ter bons alunos a Português, porque ele estrutura o pensamento. Por isso, vai ser sempre uma aposta", sustenta a diretora do colégio, Susana Afonso Sousa, que lembra que o Português "é transversal" a todas as áreas do conhecimento.
"É uma disciplina útil, importante e fundamental, e tem havido uma aposta muito consistente ao longo dos anos", aponta Paulo Jorge Pinto, que elenca, entre as várias medidas promovidas pela escola, "o reforço da carga horária da disciplina" no 12.º ano, com aulas diárias de Português - além do incremento dos tempos letivos logo no 10º e 11º anos, cuja oferta já vai além do determinado pelo Ministério da Educação. Acresce que algumas das aulas são desdobradas, com metade da turma, o que "permite fazer um trabalho mais individualizado".
A "articulação entre os professores" de Português e a realização de "testes com todos os formalismos dos exames nacionais" também concorrem para a média alcançada na disciplina, referem os docentes. "Há muito investimento e muito trabalho sólido feito ao longo do tempo", vinca a diretora.