Rebentar da pandemia e substituição da direção pelo meio não impediram instituição de ter um ano de sucesso.
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A dizer adeus à escola em que entrava há três anos, Maria Teixeira, aluna do curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, não tinha ideia de que a António Nobre, no Porto, "era tão bem sucedida". Naquele ano conturbado pela pandemia, os finalistas não demoraram mais de três anos a concluírem os cursos. Apesar das dificuldades, Carmen Rocha, à data presidente da Comissão Administrativa provisória do agrupamento, garante que "foi o trabalho de equipa que levou a escola a bom porto".
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A pandemia, que trouxe a novidade das aulas à distância, não foi o único problema da escola. "A direção anterior saiu e eu tomei posse a 3 de março. Uma semana e meia depois estávamos a ser surpreendidos pelo vírus", declarou Carmen. A ex-diretora recorda que o agrupamento, que faz parte do Programa TEIP, iniciativa governamental que agrega escolas em territórios desfavorecidos, viveu "um ano trabalhoso e angustiante para todos".
Contudo, Preciosa Teixeira, professora de matemática dos cursos profissionais garante que a taxa de sucesso nesse ano deve-se ao método de ensino: "Não foi nenhuma medida nova que surgiu com a pandemia. O sucesso de cada aluno é atingido a seu tempo e nós acompanhamos muito cada caso. Assim, eles têm a oportunidade de recuperar o que falharam, com um grande acompanhamento". A taxa de sucesso "continua a ser uma tendência" acrescentou Preciosa.
Por sua vez, Ricardo Teixeira, aluno do curso técnico de Desporto, sentiu "a dificuldade em ter aulas em casa", mas garantiu que "os professores ajudaram imenso e isso fez toda a diferença".
"Escola inclusiva"
Alice Barbosa, coordenadora do gabinete que apoia os alunos explicou o processo de entrada nos cursos e como apoiam "desde início" os estudantes: "É feita uma pré-inscrição e depois agendamos a entrevista. Depois, os professores de cada um dos cursos ajudam a selecionar os perfis que melhor se adequam àquela área". No entanto, e por se tratar de uma escola de inclusão social, "os candidatos com necessidades educativas especiais, tal como está previsto na lei, são priorizados", declarou a coordenadora.
Prosseguir para o Ensino Superior é agora a próxima etapa de Maria Teixeira, que se autopropôs a fazer os exames, e que pretende ir para a faculdade "estudar gestão ou contabilidade". "Ainda não sei", diz a aluna.
Ricardo, também indeciso, quer ir para a universidade "tirar desporto", ou candidatar-se ao exército português.