Secundária de Mortágua: A melhor escola pública do país à disciplina da língua de Camões é uma família numerosa onde os 240 alunos têm "tratamento personalizado"
Corpo do artigo
Na Secundária Dr. João Lopes de Morais, em Mortágua, os auxiliares "sabem o nome dos 240 alunos", conhecem-nos desde o pré-escolar. É uma "família numerosa" à qual se juntam meia centena de professores para quem a vida escolar de cada um dos "seus" não tem segredos. Nas mudanças de ano ou de ciclo, o professor que os deixa passa ao sucessor da disciplina a informação, não da globalidade da turma, mas de cada um dos alunos. Para que tenham um atendimento personalizado na aprendizagem. E com sucesso. Foi do distrito de Viseu que saiu a a melhor Secundária pública do país a Português.
14998837
"É um orgulho", afirma o diretor Rui Parada. E uma "meia surpresa", reconhece quando soube da "vitória" pelo JN. "Sabíamos que os resultados eram bons, mas sabemos principalmente como trabalhamos", justifica o responsável. Adélia Carvalho, coordenadora de Português, tem mais de 30 anos de ensino, já passou por 20 escolas e nunca viu nenhuma a trabalhar assim. "Conhecemos o perfil de cada um dos alunos, trabalhamos em função das necessidades de cada um deles e os Conselhos de Turma reúnem-se de três em três semanas para avaliar a aprendizagem e rever os métodos se algo não estiver a correr bem", diz a coordenadora de Português.
Letícia Lopes, 18 anos, bebeu da "poção mágica". Teve 18,6 no exame de Português e entrou onde queria, no curso de Psicologia em Coimbra. "Esta escola é uma família que me preparou bem para a Universidade", assegura a ex-aluna.
A preocupação não se fica pelas aulas de apoio extra para além das semanais e das de preparação para os exames. Há um grupo de mentores, colegas mais velhos que ajudam os mais novos e há dois inquéritos por ano aos alunos e encarregados de educação, cujas respostas são avaliadas pelos psicólogos da escola. "Não trabalhamos para o ranking, mas para formar com qualidade alunos e cidadãos, respeitando o lema da escola: "Ninguém fica para trás porque cada um conta"".