A Confederação Empresarial de Portugal disse que "tudo" fará para viabilizar um acordo de médio prazo em concertação social, mas sublinhou que, em matérias como o salário mínimo, não pode haver "mal entendidos" entre os parceiros.
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António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), falou aos jornalistas no final de uma audiência de quase uma hora com o presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, e não fugiu a questões em torno do aumento salário mínimo nacional.
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Lembrando que há um acordo em vigor até final do ano, o responsável disse que a CIP não se importa de "definir um valor" para o médio prazo, "até 2019, 2020", mas considerou que não pode haver "subterfúgios e mal entendidos" sobre os critérios para estipular esse valor: "produtividade, crescimento económico e inflação".
"Sabemos que o PS tem com o BE um acordo político no que ao salário mínimo diz respeito [que aponta 600 euros em 2019]. Mas os acordos são políticos, o que estou a falar é num acordo envolvendo todos os parceiros e não o partido A com o partido B", disse António Saraiva.
E prosseguiu: "Se os parceiros sociais e o governo tiverem o mérito de encontrar a forma para um acordo de médio prazo em sede de concertação social, reforçaremos o papel da concertação".
A CIP diz-se disponível para trabalhar sobre um eventual acordo, e elogiou Marcelo Rebelo de Sousa por funcionar como um "elo agregador" de vontades nesta matéria. "A CIP veio aqui dizer ao senhor Presidente que subscreve perfeitamente esta ideia" de um acordo a médio prazo, vincou o presidente da confederação.
O chefe de Estado recebe esta segunda-feira os parceiros sociais, em audiências que começaram de manhã, com o presidente do Conselho Económico e Social, Correia de Campos, e se prolongam até ao final do dia.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o objetivo das reuniões é ouvir os parceiros sobre "o que é que é importante fazer económica e socialmente em Portugal" e perceber se "há acordo, não há acordo, onde é que há acordo, onde é que não há", a pensar nos próximos três ou quatro anos.