O impacto social será o mais óbvio, mas também há consequências ao nível da própria digestão - que podem ser particularmente extremadas no caso das crianças. E nem o excesso de peso fica arredado desta equação.
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Num tempo em que os ecrãs dominam grande parte do nosso dia a dia, a dependência tende a invadir até os momentos dedicados à refeição. Jantar a ver uma série - seja no smartphone ou na televisão -, almoçar enquanto se responde à lista infindável de emails pendentes ou ver uma criança pequena num restaurante de olhos esbugalhados perante os desenhos animados, enquanto os pais procuram aproveitar o deslumbramento para lhe dar a comida, são todos cenários cada vez mais comuns. E se a era da tecnologia, do individualismo e do imediatismo ajuda a explicar o fenómeno, vale a pena olhar, sobretudo, para as consequências.
Que se manifestam, desde logo, a nível nutricional. Rita Azevedo, nutricionista que trabalha no grupo Trofa Saúde, explica o que está em causa. “O maior impacto em pessoas com consumos alimentares excessivos prende-se com a probabilidade de haver um maior consumo de alimentos e escolhas alimentares menos saudáveis. Ou seja, a distração com o ecrã não só pode levar ao “consumo de maiores porções de alimentos, comendo mais do que o necessário”, como a “escolhas menos saudáveis e de preparação rápida”. Tudo porque, neste contexto, o foco está no ecrã, não em apreciar o momento da refeição.