Mais de 12 condutores mil foram detidos nos primeiros nove meses do ano passado devido ao álcool. A Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR) regista um "aumento expressivo".
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A condução sob o efeito do álcool mantém-se como um dos problemas mais evidentes da sinistralidade rodoviária. Nos primeiros nove meses do ano passado, 12 831 pessoas foram detidas por estarem a conduzir alcoolizadas. É um aumento de 55,9% face a igual período de 2021 (8231). A conclusão é do último relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que aponta para uma diminuição dos principais indicadores de sinistralidade, quando comparada com o ano referência de 2019.
No total de detenções relativas à criminalidade rodoviária, a condução sob o efeito de álcool representou mais de metade (55%), seguido da falta de habilitação legal para conduzir (33,6%). No entanto, houve menos 285 pessoas detidas por não ter um título de condução, por o documento ter sido cassado ou estar expirado. Entre os vários tipos de infrações registadas nas estradas entre janeiro e setembro do ano passado, não necessariamente envolvendo detenções, apenas a velocidade e o álcool aumentaram, 5,7% e 42,3%, respetivamente, revela a ANSR. Todas as outras transgressões diminuíram, como o uso do telemóvel ou a falta de um seguro automóvel.
Alcançar zero mortes
A Segurança Rodoviária refere um "aumento expressivo" na condução sob o efeito do álcool, "mas em grande medida como consequência da queda acentuada do ano anterior", um período ainda marcado pela pandemia, com confinamentos, e a consequente diminuição da circulação automóvel em Portugal.
Os constrangimentos registados em 2020 e 2021 levaram a ANSR a comparar os principais indicadores de sinistralidade com os dados de 2019. É o "ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, de redução do número de mortos e de feridos graves para 2030", o de alcançar a Visão Zero, isto é, de zero mortes nas estradas.
De janeiro a setembro de 2022, houve menos 40 mortos, menos 56 feridos graves e menos 2098 acidentes, face ao mesmo período de 2019. Recorde-se que o ano de 2022 finalizou com pelo menos 459 vítimas mortais até 31 de dezembro, menos 15 do que o verificado em 2019.
Passageiros
Nas categorias de utentes foram os passageiros a registar as maiores subidas nas vítimas mortais (59,1%) e nos feridos graves (46,4%) de sinistros.
Circulação
Foi possível verificar um aumento da circulação em 2022, através da subida de 10,9% no consumo de combustível até setembro.