Mais de um terço dos portugueses ingere bebidas alcoólicas diariamente, hábito que cresce à medida que a idade avança. Já os consumos arriscados (mais de seis bebidas numa ocasião) são admitidos por 33,2% da população, revela o Inquérito Nacional de Saúde 2014, divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.
Corpo do artigo
O Inquérito Nacional de Saúde (INS) 2014, feito em todo o território nacional com a colaboração do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge, pretende caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida. Harmonizado a nível europeu, permite a comparação internacional dos resultados e comparações com o último inquérito nacional, realizado em 2005/2006.
De acordo com os resultados do inquérito de 2014, "70% da população com 15 ou mais anos referiu ter consumido bebidas alcoólicas, pelo menos uma vez, nos 12 meses anteriores à entrevista. As proporções de consumo de álcool eram mais elevadas para as pessoas com 25 a 54 anos (superiores a 75%)", refere o relatório.
Por outro lado, considerando apenas a população que consumiu bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores à entrevista, "constatou-se que a frequência diária de consumo aumentava com a idade: 10,1% para as pessoas de 25 a 34 anos, de 40,1% para o grupo de 45 a 54 anos, e de 61,1% para a população idosa", conclui o INS.
Segundo o inquérito, o consumo arriscado de álcool, pelo menos uma vez no ano anterior à entrevista, foi referido por 33,2% da população; destes, mais de metade referiu fazê-lo com frequência ocasional (56,2%).
No que toca ao peso da população, ficamos a saber que mais de metade (52,8%) dos portugueses com 18 ou mais anos, tem excesso de peso ou obesidade, quando há uma década eram 50,9%.
O aumento da obesidade foi "expressivo", situando-se nos 16,4% (mais 1,2% do que em 2005/2006), tendo afetado principalmente as mulheres e a população com idades entre os 45 e os 74 anos, indica o documento, publicado no site do INE.
Numa década aumentou também o número de pessoas com doenças crónicas. "Um terço da população referiu ter dores lombares crónicas", diz o INE. Mais de 25% da população refere ter sintomas de depressão, doença que afeta mais as mulheres e os reformados.
No que respeita aos hábitos tabágicos, o INS 2014 revela que a proporção de população fumadora (20%) manteve-se estável face ao último inquérito (20,9%), mas observou-se uma diminuição de quase 2% no número de pessoas que fumam diariamente.