O primeiro-ministro António Costa deixou esta quinta-feira dois desafios para os próximos dois anos na Administração Pública: reduzir ao mínimo a utilização de papel e deixar de usar viaturas de serviço nas deslocações dentro da cidade, passando a optar por transportes públicos.
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Os desafios do primeiro-ministro foram deixados no final da apresentação do Simplex+, que teve lugar ao fim da manhã em Lisboa, o novo programa de simplificação da Administração Pública que conta com 255 medidas. António Costa disse que todos os anos o Estado gasta 52 milhões de euros em material de escritório e acredita que esse valor pode baixar, se houver uma racionalização do uso do papel nos serviços públicos.
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O primeiro passo, disse, será a "proibição de aquisição de novas impressoras" para os serviços do Estado e a redução de uma impressora por andar, todos os anos no sentido de induzir comportamentos de poupança de papel. O objetivo é fazer de "2017 o primeiro ano de papel zero" na Administração Pública e de 2018 o "primeiro ano sem viaturas de serviço no interior da cidade", acrescentou, explicando que a intenção é "valorizar" o transporte público e os táxis. Costa não especificou se esta intenção se aplica só aos serviços do Estado ou também aos membros dos gabinetes do Governo, incluindo os ministros.
O primeiro-ministro elogiou o regresso do Simplex, porque diz que este programa é, juntamente com a descentralização de competências, a pedra angular da modernização do Estado. "A modernização do Estado não é privatizar serviços, nem encerrar serviços, nem desqualificar serviços", sublinhou, insistindo que isso passa por "investir no digital", com a criação de novos serviços online para os cidadãos, como a renovação da carta do condução a partir de casa, com recurso ao Cartão do Cidadão.
O primeiro-ministro disse também que a modernização do Estado "é essencial para a consolidação sustentável das finanças públicas" e referiu-se à forma elogiosa como a Comissão Europeia recebeu o Programa Nacional de Reformas.
A cerimónia terminou com um momento curioso, que suscitou risos na sala. Recordando um episódio do passado, relativo ao primeiro programa Simplex, em que lhe responderam que "só há uma coisa impossível, é que as vacas voem", o primeiro-ministro decidiu oferecer à ministra da Presidência e da Modernização Administrativa um brinquedo de uma vaca-voadora, que encontrou há algum tempo à venda num aeroporto. A mensagem para Maria Manuel Leitão Marques era clara: estando ela responsável pela execução do Simplex, tem a missão de provar que "nem as vacas voarem é impossível".