Transição do vírus para redes sentinela ainda não ocorreu. Decisão é da DGS.
Corpo do artigo
A integração da covid-19 nas redes sentinela da gripe e de outras infeções respiratórias ainda não aconteceu. De acordo com fonte do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), o futuro sistema de vigilância, que deixará de monitorizar o SARS-CoV-2 como uma emergência, deverá ocorrer no próximo outono e inverno. No entanto, a passagem para este modelo está nas mãos da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O último relatório de monitorização da situação epidemiológica da covid-19 mostra que a transmissibilidade do vírus é "muito elevada" com tendência estável, mantendo-se o "impacto reduzido" nos internamentos e na mortalidade. No documento, o INSA e a DGS recomendam "a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço".
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês) pediu uma mudança de estratégia no início do ano. Ou seja, a covid-19 deve integrar modelos de vigilância mais sustentáveis. Aos países da Europa, é pedido para "considerar expandir a cobertura de provedores sentinela para melhorar a sensibilidade e a recolha de amostras suficientes para caracterização adicional".
Amostras colhidas
Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe é suportado na rede de médicos-sentinela, serviços de urgência/obstetrícia, áreas de atendimento dedicados aos doentes respiratórios, unidades de cuidados intensivos e pela rede de laboratórios. Por exemplo, quando um utente vai a um centro de saúde ou um hospital, são colhidas algumas amostras.
Em declarações ao JN, no final de janeiro, Ana Paula Rodrigues, coordenadora da rede de médicos-sentinela, disse que o momento não era, na altura, o mais apropriado por a situação pandémica ser de "elevadíssima intensidade e com orientações de isolamento e identificação de contactos".
Entretanto, as regras de isolamento mudaram e as máscaras caíram na maioria dos espaços interiores, ficando apenas a serem necessários mais cuidados em estabelecimentos de saúde e nos transportes públicos, por exemplo. A DGS não respondeu em tempo útil ao JN sobre quando pondera mudar a forma de vigilância da covid-19.
Rastreio
Testes custaram mais de 118 milhões
Os cerca de oito milhões de testes gratuitos de despiste da covid-19, feitos ao abrigo do regime excecional que terminou no sábado, representaram uma comparticipação de mais de 118 milhões de euros. Fonte do Ministério da Saúde adiantou que o investimento corresponde ao período entre julho de 2021 e fevereiro último. Os testes deixaram de ser gratuitos no domingo, devido à "evolução positiva" da situação epidemiológica.