Nova versão do primeiro ventilador português com certificação europeia deverá ser apresentada em janeiro de 2023 numa feira de equipamento médico, no Dubai.
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A Sysadvance, empresa portuguesa que desenvolveu o primeiro ventilador com certificação europeia, anuncia que já tem prevista uma atualização do equipamento para breve. O CEO da Sysadvance, Vale Machado, afirma que a equipa de desenvolvimento está agora em "compasso de espera", mas prevê que o ventilador esteja pronto para ser apresentado em janeiro de 2023.
O novo ventilador, desenhado para ser utilizado nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) de hospitais portugueses e estrangeiros, vai ser mais sofisticado e aguardar por uma certificação completa. Vale Machado explica que o novo equipamento necessita que quer o hardware, quer o software sejam certificados com tempo.
"Foi um esforço investigar, produzir, testar e apresentar, a tempo de ser certificado, um ventilador no prazo de um ano. Por isso, estamos agora a "respirar" um pouco, fazendo um compasso de espera". Vale Machado revela que a Sysadvance está a desenvolver o novo equipamento de forma a ser apresentado como um "verdadeiro produto", esperando que o OM2 esteja pronto em janeiro de 2023, para a Arab Health Medical Exhibition, no Dubai.
Uso em hospitais
Apesar de mais sofisticado do que o seu irmão mais velho, o OM2 não substituirá o ventilador certificado em 2021. O OM1 vai coexistir e continuará a ser utilizado em diferentes hospitais. "Já distribuímos em Portugal, desde o início da pandemia, 16 ventiladores, em parceria com a Ordem dos Médicos. No estrangeiro, temos dois em funcionamento nos hospitais da Índia e outros dois no Paquistão", conta Vale Machado.
A Sysadvance explica que estes números são atribuídos ao desajustamento da procura e da oferta durante a pandemia, resultando numa perceção errada do realmente necessário nas UCI. "Também temos de referir que os ventiladores são, regra geral, produtos com um certo período de vida e que necessitam de ser substituídos após algum tempo", explica o CEO, acrescentando que a especialização da empresa no fabrico de geradores de oxigénio acelerou, em um ano, a criação do ventilador.
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O que mudou em 2021?
Em abril de 2021, a Sysadvance anunciou que tinha recebido pedidos de países como a República Checa e o Brasil para o envio de ventiladores. "No caso da República Checa, acabaram por resolver o pedido por outros meios e não necessitam dos nossos. No caso do Brasil, foi mais complicado", conta Vale Machado.
O CEO refere que, a dada altura, o Brasil isentou a certificação pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, para a importação de ventiladores, desde que os equipamentos tivessem certificação internacional apropriada. "Isso isentava-nos dos direitos aduaneiros. Mas não foi além disso". Tal como na Índia e no Paquistão, a Sysadvance teve grande procura no sudeste asiático, onde não é exigida certificação para a venda.
O CEO da Sysadvance explica que os processos de registo em entidades médicas estrangeiras estão a acontecer, mas existem "os processos burocráticos antes [dos ventiladores] entrarem no mercado de cada país". O que permitiu ao ventilador da Sysadvance chegar tão longe foram duas grandes valias: é fabricado a um melhor preço do que ventiladores chineses e pode ser personalizado para operar em qualquer língua, facilitando o uso.