Assunção Cristas denunciou esta quarta-feira que o presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues "prefere proteger o PS a proteger o Parlamento", acusando-o de ser "parcial" no dia em que a conferência de líderes parlamentares adiou para a próxima semana o debate sobre Tancos em Comissão Permanente.
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A líder do CDS-PP começou por criticar, em Gaia, o "silêncio ensurdecedor do primeiro-ministro nesta matéria" e defendeu que a conferência de líderes "deveria naturalmente ter reunido para amanhã (quinta-feira) a Comissão Permanente".
Perante um tema "incómodo" para o Governo, "o presidente da Assembleia da República prefere proteger o PS a proteger o Parlamento, dando cobertura também a uma maioria que se constituiu" entre os partidos de Esquerda.
"O BE, o PCP e Os Verdes às vezes querem ser oposição, mas na verdade são situação", acusou ainda Cristas, dizendo que "perante um caso incómodo" para o Executivo socialista "vêm salvar o Governo".
Para a líder centrista, a atitude de Ferro Rodrigues não se limita a este caso específico, da comissão permanente, onde o adiamento foi votado por uma maioria de esquerda, mas aconteceu já em vários momentos. "Não estavamos habituados a um presidente da Assembleia da República tão parcial, que protegesse tanto" o Governo do seu partido.
Assunção Cristas ataca ainda "a inação" de Ferro Rodrigues "no que respeita às declarações prestadas em diversos momentos ao Parlamento e que deveriam ser remetidas ao Ministério Público".
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O CDS insistiu ainda na realização de uma segunda comissão parlamentar de inquérito sobre Tancos, que Cristas prevê que seja realizada na próxima legislatura por iniciativa do partido.