A diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, afirmou esta terça-feira que o alargamento da vacinação da gripe a partir dos 45 anos não está decidido. "Estamos a ponderar e a equacionar todas as semanas", apontou aos jornalistas, depois de ter sido imunizada contra a covid-19, em Lisboa.
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"O que é importante é proteger a população elegível, que continuam a ser as pessoas com mais de 60 anos. Desde o início da campanha, face aquilo que foi a nossa disponibilidade de vacinas, nós conseguimos alargar a vacinação para a gripe às pessoas entre os 50 e os 59 anos. Se conseguirmos manter a disponibilidade, nós vamos também equacionar um provável alargamento, sem descurar nunca aquilo que são as nossas prioridades vacinais", disse Rita Sá Machado aos jornalistas, em Lisboa, depois de ter sido vacinada contra a covid-19, que é gratuita a partir dos 18 anos de idade.
A diretora-geral da Saúde, depois de questionada sobre a possibilidade de vacinar contra a gripe as pessoas com mais de 45 anos, apontou que o "alargamento não é algo tácito". "Não está definido, mas estamos a ponderar e a equacionar todas as semanas se será feito ou não esse alargamento no caso da vacina contra a gripe". Rita Sá Machado foi vacinada, esta terça-feira, contra a covid-19. A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) disse que o fez para mostrar que as "vacinas são seguras".
Sobre o excesso de mortalidade que Portugal tem registado, a diretora-geral da Saúde referiu que a "mortalidade não é explicada por um único fator" e que está já a ser feita uma análise sobre o assunto. Rita Sá Machado afirmou também que haverá um outro estudo mais "aprofundado" no final da atual campanha de vacinação. "Atualmente, nós temos o aumento do vírus da gripe, algo que já estamos acostumados a ver todos os anos. E temos também outros fatores que podem estar associados [ao excesso de mortalidade]", explicou.
O último boletim de vigilância da gripe do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) mostravam que, entre 18 de dezembro de 2023 e 7 de janeiro deste ano, foram contabilizados 2121 mortes em excesso, sendo que 47% foram registadas na primeira semana de 2024.
A diretora-geral da Saúde referiu que o pico das doenças respiratórias e infecciosas poderá já ter passado. "Aquilo que conseguimos ver pelos indicadores – e, se calhar, até no próximo relatório de saúde sazonal, que sairá na próxima sexta-feira – é que parece que já temos alguma tendência decrescente. Diria que a pior parte poderá ter já passado, mas como vos digo não é uma ciência exata: é apenas aquilo que os indicadores nos dizem neste momento", esclareceu.
Quanto a uma possível revisão das regras de utilização de máscara, a responsável da DGS disse que a recomendação é a de que as pessoas com sintomas por vírus respiratórios usem uma proteção. "Os serviços de saúde podem equacionar ou não a utilização de máscara", acrescentou.