Após recomendação da EMA nesta semana. Portugal está com 52 óbitos por um milhão.
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) está, neste momento, a analisar uma eventual dose de reforço nas crianças com mais de 12 anos, após a luz verde dada, nesta semana, pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). Ao JN, a DGS limitou-se a dizer que "o assunto encontra-se em análise", numa altura em que se mantêm os apelos à vacinação de menores.
Neste fim de semana decorre mais uma fase da campanha de vacinação nas faixas pediátricas, com a administração de segunda dose às imunizadas no período de 6 a 9 de janeiro, bem como para as primeiras doses. Anteontem, contavam-se 84072 crianças entre os 5 e os 11 anos com esquema vacinal completo e 330 115 com vacinação iniciada.
Recorde-se que, na quinta-feira, a EMA aprovou, "quando apropriado", a dose de reforço para maiores de 12 anos com a vacina da Pfizer (Comirnaty). Decisão assente no facto de as evidências científicas serem suficientes "para concluir que a resposta a uma dose de reforço em adolescentes seria, pelo menos, igual à dos adultos".
Entretanto, anteontem, contabilizaram-se 9851 novas infeções por SARS-CoV-2, menos 4309 face a período homólogo da semana passada. Há, ainda, registo de 28 óbitos.
Mortalidade elevada
Apesar da descida dos números, o certo é que a pandemia continua a ter "um impacto muito elevado na mortalidade", conforme sublinha o INSA no seu relatório das Linhas Vermelhas. Estando, agora, nos 52 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes, menos 13% face ao relatório anterior. Mas muito acima do limiar de 20 por um milhão que permitirá ao país entrar no nível zero de restrições e que a DGS aponta para 3 de abril.
Isto, porque, lê-se no referido documento, na faixa etária dos 65 ou mais anos existe uma incidência de 1143 por 100 mil habitantes, "o que corresponde a uma gravidade classificada como muito elevada, com tendência crescente".
Considerando o limiar definido "um pouco ambicioso", o epidemiologista Manuel Carmo Gomes explica, ao JN, que "a mortalidade está a diminuir, mas vai levar mais tempo que outros indicadores", porque "atinge os mais idosos e, aí, a incidência está a diminuir mais lentamente". Por outro lado, sublinha o professor da Faculdade de Ciências de Lisboa, "a descida está a desacelerar".