Nuno Morais Sarmento, vice-presidente do PSD, confirmou que o partido aceita a renovação do estado de emergência, mas pediu ao Governo que comunique as medidas de forma mais "coerente". Também criticou a realização do congresso do PCP.
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À saída de uma audiência com o presidente da República, esta quarta-feira, em Belém, Morais Sarmento revelou que tanto Marcelo Rebelo de Sousa como o primeiro-ministro, António Costa, "entendem claramente como necessária a prorrogação do estado de emergência".
O PSD, prosseguiu, o dirigente, "não obstaculiza a que ele se mantenha". No entanto, lembrou que este mecanismo é apenas um "quadro legal extraordinário" que permite ao Governo tomar um conjunto de medidas. O partido aguarda que estas sejam divulgadas para se pronunciar.
Morais Sarmento considerou, no entanto, que as decisões do Governo "não têm sido bem comunicadas", o que tem feito com que os portugueses acabem "confundidos". Dessa forma, o Executivo deve adotar uma "comunicação coerente, clara e que deixe os portugueses com segurança e não com dúvidas".
"Total discordância" com realização do congresso do PCP
O outro reparo deixado pelo social-democrata teve a ver com a realização do Congresso do PCP, entre os dias 27 e 29 deste mês. "Não entendemos que fechem supermercados e restaurantes, que se obrigue as famílias a estar em casa e que, depois, se organizem congressos partidários", sustentou Morais Sarmento.
O dirigente do PSD manifestou "total discordância" com a realização do congresso comunista, sustentando que as decisões do Governo "têm de ser iguais para todos". Morais Sarmento afirmou que o seu partido cancelou o congresso da Madeira, originalmente marcado para este fim-de-semana, "por bom senso" e para "dar o exemplo".
Sobre o Orçamento do Estado (OE), o vice-presidente laranja apenas se referiu ao número de propostas de alteração na especialidade - cerca de 1400 -, que classificou de "completamente absurdo". "Parece-nos que o OE só tende a piorar", concluiu.
O presidente da República esteve, esta quarta-feira, a ouvir os partidos sobre o OE e o estado de emergência. Nesta altura, falta apenas concluir-se a audiência ao PS.