Estudantes de Medicina preocupados com a falta de tutores e os baixos salários
O presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) afirma que há "demasiados estudantes" para os "poucos tutores" na fase clínica da formação médica. Esta foi uma das preocupações expressas no relatório de auscultação dos alunos das escolas médicas de Portugal, elaborado este ano pela ANEM. A associação assinala, esta quinta-feira, o seu 42.º aniversário.
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Paulo Simões Peres, presidente da ANEM, destaca que há "uma sobrecarga na formação médica" em Portugal, visível no número elevado de estudantes por tutor e por doente durante os estágios clínicos. Num relatório de auscultação, elaborado este ano pela ANEM, 14,7% dos estudantes de Medicina dizem haver "poucos tutores disponíveis para o número de estudantes nos estágios clínicos".
Para além de possíveis consequências nos cuidados de saúde prestados, o dirigente associativo diz que pode estar em causa a própria ética e deontologia da formação médica em Portugal. No que toca ao estado do setor no país, cerca de 32% dos alunos estão preocupados com a "sobrecarga horária" e 30% temem a "reduzida qualidade de vida da profissão médica".

