Os ativistas que ocupam o liceu Camões, em Lisboa, desde terça-feira, fecharam a escola em protesto pelo movimento "Fim ao Fóssil". Os estudantes prometem continuar a ocupar o espaço até conseguirem as 1500 assinaturas para uma ação de bloqueio do terminal de gás de Sines.
Corpo do artigo
"Já ocupámos mais de dez escolas por todo o país, dormimos em tendas no chão, sacrificamos a nossa educação e fechámos escolas dias consecutivos. Estamos a lutar pelo nosso futuro, apelamos a todas as pessoas que ajam connosco para parar os combustíveis fósseis e assegurar um futuro justo e habitável", apela Teresa Núncio, porta-voz do movimento.
No liceu Camões as ocupações duram desde terça-feira. Esta manhã, os alunos fecharam a escola e afirmam: "estamos a sacrificar a nossa educação porque neste momento o nosso futuro não está assegurado. Precisamos que toda a sociedade aja, esta é a luta pelo presente e futuro de todos". Por volta das 9 horas da manhã, estavam cerca de 50 alunos a barrar a entrada da escola. "A direção tentou cortar os cadeados, mas não conseguiu, continuamos a resistir", alertam os ativistas.
Os estudantes reivindicam o "fim ao fóssil até 2030" e a "eletricidade 100% renovável e acessível para todas as famílias até 2025". Para além disso, apelam à sociedade para que se junte na ação de bloqueio do terminal de gás de Sines, dia 13 de maio. Os estudantes prometem só parar de ocupar quando alcançarem as 1500 assinaturas para a realização da ação.
Segundo os ativistas, o diretor e dois subdiretores da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa "assinaram o compromisso público para participarem na ação de resistência". Os estudantes adiantam que o diretor "afirmou estar disponível para receber na Faculdade uma formação de desobediência civil de preparação para a ação".
No entanto, em declarações posteriores ao JN, o diretor da Faculdade de Belas Artes afirma que, apesar de estar solidário com o movimento "Fim ao Fóssil", nunca se pronunciou nesses termos. "Eu disse estar disponível para uma ação de formação, no sentido de preparar a ação de protesto de 13 de maio, nunca para uma ação de desobediência civil", salienta Fernando Pereira.
No início desta manhã, as entradas para a torre principal da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova de Lisboa foram também bloqueadas em protesto. Durante terça-feira e quarta-feira, a escola António Arroio esteve encerrada pelos estudantes.
As ocupações irão continuar na Faculdade de Letras e na de Belas Artes, em Lisboa, na Faculdade de Letras do Porto e na Faculdade de Economia de Coimbra, e ainda na escola secundária Rainha D. Leonor, em Lisboa.