Os ativistas da Greve Climática Estudantil cumprem, esta sexta-feira, o terceiro dia de luta pelo "Fim ao Fóssil", marcando presença em escolas secundárias e universidades para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025. As ocupações vão continuar na próxima semana.
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Esta manhã decorrem protestos nas secundárias Luísa de Gusmão e Rainha D. Leonor, assim como nas faculdades de Psicologia e de Letras da Universidade de Lisboa e no Instituto Superior Técnico, informou o movimento. Na Faculdade de Letras, prevê-se que a presença se mantenha durante o fim de semana, com os ocupas a promoverem palestras e debates.
Uma vez que o Governo "não está a atender às nossas reivindicações (como esperávamos), vamos ocupar com mais força na próxima semana", avançou ao JN Teresa Núncio, porta-voz daquele movimento. Dia 2 de maio estão previstas ocupações no Liceu Camões, Secundária António Arroio, faculdades de Letras e de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova de Lisboa e Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A 8 de maio começa a ocupação da Universidade do Algarve.
Pernoitam nas escolas
Na Secundária Dona Luísa de Gusmão, onde os protestos têm sido consecutivos desde quarta-feira, "todas as manhãs os alunos colocam uma tenda no átrio de entrada da escola e, poucos minutos depois, a polícia aparece para a remover a mando do diretor", contou Teresa Núncio.
Em Faro, os estudantes "dormiram na escola na noite de quarta para quinta-feira", tendo fechado a escola ontem de manhã. Os estudantes "estavam num protesto pacífico decorado com faixas, tendas e cartazes alusivos à crise climática" quando a polícia "levou os alunos - todos menores - para a esquadra, identificou-os, e apreendeu os seus megafones. O diretor quer seguir com queixa contra os estudantes", acrescenta esta ativista.
"A direção de uma escola chamar a polícia contra os seus estudantes demonstra que não nos estão a levar a sério e, acima de tudo, que não compreendem a gravidade da crise climática. Felizmente, nós temos mais medo de um mundo em crise climática do que da repressão que nos possam infligir", afirmou uma das porta-vozes do protesto.