O primeiro debate com os principais candidatos dos partidos portugueses às eleições europeias do próximo dia 26 focou-se em temas nacionais e em argumentos ideológicos, apelando aos eleitores históricos de cada formação.
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Pedro Marques (PS), Paulo Rangel (PSD), João Ferreira (CDU), Nuno Melo (CDS), Marisa Matias (BE) e Marinho e Pinto (PDR) pouco falaram do projeto europeu e procuraram culpados para os fundos comunitários que Portugal perdeu.
"Não há perda de fundos a preços correntes", defendeu-se Pedro Marques, recordando até como o comissário europeu Carlos Moedas avaliou o resultado das negociações (menos 1600 milhões de euros no quadro comunitário até 2027) como sendo um "bom resultado para Portugal e um bom princípio de negociação". O socialista recordou como o Governo anterior "perdeu 20 milhões" de fundos do PRODER (agricultura) não executados por Assunção Cristas. "Pedro Marques não negou aqui que tenha havido um corte", aproveitou Paulo Rangel. "Como podemos considerar credível um candidato que foi negociador dos fundos, e que os aumentou para Itália, Finlândia, países muito mais ricos do que Portugal?", rematou.
Marinho e Pinto tentou conciliar: "Portugal vai receber 12 milhões de euros por dia e isto é que é central: a questão é usar bem o dinheiro que se recebe. Não é pedir dinheiro para combater o interior e gastá-lo nas áreas metropolitanas". Sem meios-termos, Marisa Matias prometeu que vai "vetar este orçamento" comunitário, porque "não defende Portugal nem os portugueses". E revelou que os partidos do bloco central chegam "a Bruxelas e aprovam todas as medidas que limitam o investimento em Portugal". Mas BE e CDU também foram acusados, pelo deputado do PDR, do "teatro" de votarem " sistematicamente ao lado da extrema-direita no Parlamento Europeu".
Ignorando remoques ideológicos sobre a Venezuela, João Ferreira garantiu que a CDU esteve "por detrás de todas as medidas positivas dos últimos anos" e que os trabalhadores precisam de "quem os defenda de quem manda na UE".