O presidente do Hospital de S. João, no Porto, foi convidado para assumir o cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde. Já houve conversações com o Governo sobre o tema, mas Fernando Araújo ainda não aceitou.
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Dias depois do novo ministro da Saúde tomar posse, Fernando Araújo foi convidado para assumir o cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), um lugar novo cujo diploma foi aprovado na semana passada em Conselho de Ministros e espera promulgação do presidente da República.
Ao que o JN apurou, o médico imuno-hematologista, que preside ao Conselho de Administração do Hospital de S. João, no Porto, já discutiu a questão com o Governo, mas ainda não disse sim.
Fernando Araújo chegou a ser um dos nomes apontados para suceder a Marta Temido, mas depois de António Costa escolher Manuel Pizarro para ministro da Saúde, as luzes viraram-se para o novo cargo de gestão do SNS.
Ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde do ministro Adalberto Campos Fernandes, Fernando Araújo ganhou ainda mais projeção, nos últimos anos, pela forma como liderou a gestão do Hospital de S. João, em especial durante a primeira vaga da pandemia de covid-19.
Nos últimos meses, o médico escreveu semanalmente no Jornal de Notícias. Alguns dos artigos de opinião encerraram duras críticas à gestão da ministra da Saúde. Um dos mais polémicos, com o título "i-na-pli-cá-vel", serviu para deitar por terra todas as ilusões sobre o diploma da remuneração dos médicos nas urgências. "A expectativa que foi gerada aos médicos, como o grande instrumento para permitir evitar problemas nos serviços de urgência, será genericamente impossível de implementar. Não se percebe", escreveu o presidente do S. João.
Fernando Araújo despediu-se hoje das crónicas semanais no JN com um artigo em que agradece o trabalho de Marta Temido e deseja a maiores felicidades ao novo titular da pasta. Num texto sobre a obesidade e o esforço dos profissionais do S. João que vão começar a operar doentes obesos ao domingo, deixa pistas para uma importante área de trabalho na Saúde. "A prevenção da doença, incidindo nos seus principais determinantes, terá de ser uma pedra angular na futura política de saúde", refere o cronista.
A nova direção executiva do SNS terá natureza jurídica de instituto público de regime especial e será composta por um diretor executivo, um conselho de gestão, um conselho estratégico, uma assembleia de gestores e fiscal único.