PSD: Fim da secretaria da Agricultura prova "dificuldade" de Costa em recrutar
O presidente do PSD afirmou, esta sexta-feira, que a extinção da secretaria de Estado da Agricultura prova que o primeiro-ministro tem uma "dificuldade evidente de recrutamento de pessoal político de qualidade". Luís Montenegro considerou que a decisão do Governo, anunciada horas antes, é "um desrespeito muito significativo" e "sem paralelo".
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Em Lisboa, o líder da Oposição ironizou sobre a extinção da secretaria de Estado da Agricultura. Aludindo ao facto de o Executivo não ter substituído a última titular do cargo, Carla Alves - que se demitiu por ter contas arrestadas -, questionou se a "incapacidade" de Costa nomear um sucessor tem a ver com a dificuldade de encontrar quem consiga responder, "com parecer favorável", às 36 perguntas do questionário que os novos governantes têm de preencher.
Montenegro adiantou que a extinção da secretaria de Estado lhe motivou "mixed feelings" [sentimentos contraditórios]: se, por um lado, as dificuldades de recrutamento do Governo ficaram, a seu ver, provadas, por outro também considerou que a decisão demonstra "desvalorização" e "desrespeito" pela agricultura.
Esta, frisou, é "um setor importante da nossa economia, da nossa cultura e até da nossa identidade". Como tal, denunciou o "desrespeito muito significativo" e "sem paralelo" levado a cabo pelo Governo.
Esta sexta-feira, foi publicado um decreto-lei que determina que a ministra da Agricultura passará, de agora em diante, a ser "coadjuvada" pela secretária de Estado das Pescas. A decisão já foi também criticada pelo líder da Confederação dos Agricultores.
Eduardo Oliveira e Sousa, que esteve presente no mesmo evento em que Montenegro discursou - organizado pelo Partido Popular Europeu, a propósito do PRR -, acusou o Executivo de estar a destruir o ministério da Agricultura e apelou a que os agricultores adiram aos protestos da CAP.