A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, não antevê dificuldades com a implementação das mudanças no sistema de Proteção Civil que ontem entraram em funcionamento, apesar de a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) estar preocupada com problemas de coordenação, comunicações e elaboração de planos de prevenção e reforço. Os 18 comandos distritais de operações e socorro (CDOS) deram lugar a 24 comandos sub-regionais.
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António Nunes, presidente da Liga, diz que "os bombeiros não devem ser obrigados a ir para uma estrutura na qual não se reveem", defendendo que deve haver "negociações e reuniões" que permitam "identificar e resolver problemas, para que no final tudo decorra sem atropelos que prejudiquem o socorro à população". Lembrando que os bombeiros têm atuado numa lógica distrital, Nunes receia que possam ocorrer "problemas no aspeto da coordenação, das comunicações, elaboração de planos de prevenção e reforço" em algumas zonas.
Ao JN, Patrícia Gaspar garante, porém, que o "último patamar do novo modelo territorial da Proteção Civil não obriga a que os bombeiros - que têm um papel importantíssimo no socorro - mudem de estrutura". Não antevê "dificuldades de coordenação" entre os vários agentes de Proteção Civil, mas ainda assim haverá uma "monitorização permanente nos próximos dias para garantir os ajustes necessários".
População não vai sentir
O novo sistema "não altera a forma como os bombeiros trabalham e as áreas de atuação mantêm-se", passando os operacionais a "reportar a uma sala de âmbito sub-regional" e não distrital, explica Patrícia Gaspar, assegurando que a "população não vai sentir diferenças na prestação do socorro".
"O acionamento de meios de socorro é feito não em função dos limites administrativos mas em função da proximidade geográfica", como se verifica quando há situações nas autoestradas, em que se tem em conta a corporação mais próxima dos acessos aos locais de sinistro", diz.
Das poucas diferenças que acontecerão, a secretária de Estado aponta a constituição grupos de reforço para acudir a incêndios florestais, que agora terão em conta uma lógica regional ou sub-regional.
Os novos comandantes e segundo comandantes das 24 novas estruturas são agora nomeados em regime de substituição e a ANEPC vai abrir depois um concurso público.
O Comando Regional do Norte abrange agora os comandos sub-regionais do Alto Minho, Alto Tâmega e Barroso, Área Metropolitana do Porto, Ave, Cávado, Douro, Tâmega e Sousa e das Terras de Trás-os-Montes.
O do Centro vai incluir os comandos sub-regionais da Beira Baixa, das Beiras e Serra da Estrela, Região de Aveiro, Região de Coimbra, Região de Leiria e de Viseu Dão Lafões. O de Lisboa e Vale do Tejo vai abranger os comandos sub-regionais da Grande Lisboa, da Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Oeste e Península de Setúbal. O do Alentejo vai incluiu os comandos sub-regionais do Alentejo Central, Alentejo Litoral, Alto Alentejo e Baixo Alentejo. O Algarve compreende o comando sub-regional do Algarve.