Governo pondera declarar situação de calamidade e admite mais de 30 milhões de prejuízos
A situação de calamidade é uma possibilidade que o Governo não exclui, mas tem de ser muito bem ponderada, disse hoje o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que admite um prejuízo total superior a 30 milhões de euros.
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Após uma reunião com 27 autarcas do Centro e Norte do país atingidos pelos incêndios, o ministro disse que há vantagens e desvantagens na declaração de situação de calamidade.
"É um assunto que não é pacífico e que tem de ser ponderado. A situação de calamidade tem vantagens, mas também muitas desvantagens. Há municípios que podiam ter benefícios, mas há outros que não", disse, no final da reunião.
Cinco mil pedidos de ajuda
O governante revelou ainda que o Ministério da Economia e da Coesão Territorial recebeu hoje cerca de cinco mil pedidos de ajuda, sobretudo de Câmaras do Norte, na sequência dos incêndios rurais das últimas semanas. Sem querer contabilizar em concreto, enquanto as avaliações nos terrenos ainda estão a ser feitas, o ministro anuiu à possibilidade de os prejuízos serem superiores a 30 milhões de euros, quando questionado pela comunicação social.
"Estamos a contar que apareçam cinco mil pedidos de apoio a pequenos agricultores, para aqueles até 10 mil euros, apoios não documentados. Vamos ser muito rápidos, porque essa é a principal missão", realçou.
Segundo adiantou, não só o número de agricultores é "bastante superior" a 2024, como "também o volume envolvido é bastante superior". Indicou que, "tranquilamente, diria três, quatro, cinco vezes mais do que no ano passado".
"Estamos a falar de algumas dezenas de milhões de euros", mas será "acima de 30 ME com toda a certeza".
Sabugal avança com pedido
A Câmara do Sabugal decidiu pedir ao Governo para que seja decretada situação de calamidade no concelho para ajudar os munícipes mais afetados na sequência dos incêndios.
A decisão foi tomada na reunião de Câmara, realizada na quarta-feira, na qual foi também apresentada uma proposta para iniciar o levantamento de danos e prejuízos nas freguesias mais atingidas, "com o objetivo de se definir os termos em que irá ser feito o apoio aos munícipes e às empresas mais afetadas", disse o Município, num comunicado enviado à agência Lusa.