O líder da Fenprof, Mário Nogueira, congratulou-se esta quarta-feira com a declaração de que o tempo de serviço dos professores será todo contado, feita no Parlamento pela secretária de Estado Adjunta e da Educação. Disse, no entanto, que peca por tardia.
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Ao final da manhã desta quarta-feira, com milhares de professores à porta da Assembleia da República, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, garantiu que, afinal, o tempo de serviço dos professores será todo contado. Vai haver "uma forma de contagem de tempo de serviço" exercido pelos professores durante os nove anos em que as carreiras estiveram congeladas. "Será encontrada uma forma de recuperar esse tempo de serviço. Veremos com os sindicatos de que forma se fará o seu faseamento", declarou na comissão parlamentar de Finanças e Educação, onde está a ser discutido o Orçamento do Estado para a Educação.
Cá fora, Mário Nogueira congratulou-se, mas lamentou que só agora o Governo tenha chegado a esta decisão. "Ainda bem. Só temos pena que não tenha sido mais cedo", disse, acrescentando que "o Governo queria medir a força dos professores".
Aquele líder sindical acrescentou que "apesar de representados por várias organizações e apesar das diferenças, quando o que está em causa é a dignidade dos professores, esta é uma classe que sabe ultrapassar as diferenças e fazer uma greve de 90%.
Recorde-se que esta é primeira vez em quase dez anos que os sindicatos se unem de forma inequívoca - após as grandes manifestações de 2008 - desta feita para dizerem que não ao "apagão" do seu tempo de serviço. Repudiam, igualmente, serem tratados de forma diferente dos restantes funcionários públicos.
As reuniões e negociações continuam amanhã e Nogueira sublinha que se não correrem como pretendido, os professores voltarão rua à "e não serão só dez mil, serão dez vezes mais". Na reunião de amanhã com o Governo, a Fenprof abordará também a questão dos concursos, dos horários de trabalho e da aposentação.