A greve de 24 horas da CP - Comboios de Portugal, a decorrer durante esta quinta-feira, está a provocar grandes constrangimentos na circulação de passageiros. Muitos tiveram que alterar os planos: uns esperaram pelos comboios estipulados pelos serviços mínimos, outros foram obrigados a recorrer a outros meios de transporte. Até às 8 horas, foram suprimidos 138 dos 254 comboios programados e mais de metade foi nos serviços urbanos de Lisboa, informou a CP.
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"Vou ter que ir de carro, rápido", afirma Miguel Silva, que só teve conhecimento da greve no momento em que chegou à estação de Vila das Aves, em Santo Tirso. O jovem que ia viajar na linha de Guimarães em direção ao Porto percebeu que o comboio no qual tencionava deslocar-se não estava a circular e teve que arranjar outra alternativa rapidamente, escolhendo ir de carro.
Até às 8 horas foram suprimidos 138 comboios dos 254 programados, como informou a CP. Devido a esta paralisação, houve quem tivesse que mudar os planos e viajar em horários diferentes do habitual. Cerca das 9 horas da manhã, Paulo Faria admitiu que "já devia estar a caminho do Porto", onde trabalha. No entanto, hoje só entrou no comboio às 9.17 horas, na estação de Vila das Aves, e ainda teve de cumprir uma viagem de, aproximadamente, cinquenta minutos.
Nos dias de greve, as viagens de regresso a casa são para muitos uma incógnita. "Às vezes, não tenho comboio para voltar para casa, já cheguei a voltar de autocarro. É complicado, porque pago o passe. Depois, não há transporte e ainda tenho que pagar mais no autocarro", afirma Catarina Alves, que estuda no Porto e que utiliza diariamente o comboio.
"É um desastre. Eu sei que é um direito, mas está a ser exagerado", sublinha Elisabete Lopes, que viaja todos os dias de comboio, assim como a filha. Dependem do serviço ferroviário para se deslocarem e quando são obrigadas a recorrer a outros meios de transporte, a despesa aumenta: "Se optarmos pelo autocarro, são catorze euros a mais num só dia".
A paralisação desta quinta-feira é diária, mas o protesto continuará nos próximos dias até ao final de abril com greves parciais ao serviço. A partir de sexta-feira e até 30 de abril, a greve na IP e na CP será a partir da oitava hora de serviço.