Para evitar filas, há quem recomende que os mais velhos votem de manhã e jovens no fim da tarde. A Comissão Nacional de Eleições admite recurso a pessoas de fora da freguesia para colmatar ausências.
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Há Câmaras, como é o caso de Cascais e de Leiria, que estão a recomendar aos munícipes que votem em horários diferentes consoante as suas idades para evitar a formação de grandes filas de espera e a concentração de pessoas nos locais de voto, devido à pandemia de covid-19. Às pessoas mais velhas é sugerido que exerçam o seu dever cívico durante a manhã e aos mais jovens ao fim da tarde.
A Autarquia de Cascais aconselha os eleitores com mais de 60 anos a votarem entre as 9 e as 13 horas, às pessoas entre os 40 e os 59 anos a irem às urnas das 13 às 17 horas, e aos munícipes entre os 18 e os 39 anos a escolherem o seu candidato presidencial das 17 às 19 horas. Desaconselha, assim, que o façam entre as 8 e as 9 horas, porque os votos antecipados serão depositados nas urnas nesse período.
Substituídos 90 membros
Em Leiria, os horários recomendados para as diferentes faixas etárias votarem são iguais, embora, no caso dos mais velhos, seja referido que podem comparecer nos locais de voto a partir das 8 horas. No entanto, o presidente do município, Gonçalo Lopes, esclarece que é desejável que isso suceda apenas uma hora mais tarde. Não só devido aos votos antecipados, mas porque prevê que haja necessidade de substituir elementos das mesas que não compareçam.
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Se assim for, Gonçalo Lopes explica que terão de transferir pessoas de outras mesas ou recorrer às bolsas de voluntários das juntas ou do município. Até ao momento, foram substituídos 90 elementos das mesas, num universo de 590, por se encontrarem em isolamento profilático ou integrarem grupos de risco. "Ainda hoje [ontem] estamos a fazer substituições. É provável que amanhã [hoje] as pessoas não compareçam por receio", admite.
O autarca de Cascais, Carlos Carreiras, também acredita que o receio poderá levar cerca de 5% dos elementos das mesas a faltar, pelo que terá de recorrer às bolsas de voluntários. Além dos motivos invocados pelo autarca de Leiria, Carreiras conta que já desistiram 10% do total dos elementos, que estão ligados à proteção civil, trabalham em lares ou vivem com pessoas de risco.
Limite de três horas
O secretário da Comissão Executiva da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, deixou ontem em aberto uma terceira possibilidade. "Admitimos que seja utilizado um recurso que as leis eleitorais costumam admitir excecionalmente, que é o de serem nomeadas pessoas que não estão recenseadas naquela freguesia", afirmou, citado pela Lusa, numa conferência de imprensa onde reafirmou a segurança do ato eleitoral.
As mesas de voto têm de ser constituídas por três dos cinco elementos designados. Se não houver quórum durante mais de três horas, a votação é nula. João Almeida disse que estava garantida a constituição de todas as mesas de voto do país.
"Em 12300 mesas, até agora, não foram ouvidas dificuldades para além de uma centena ou duas. Portanto, estamos a falar de coisas marginais", sustentou.
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