A taxa de abstenção nas provas finais do nono ano situou-se em 8%, o que significa que se registaram 15 304 faltas e 181 571 presenças. Os números foram divulgados pelo Ministério da Educação, que destaca a "elevada participação". Já os professores de Português e Matemática consideram a taxa de abstenção normal, tendo em conta que as provas foram realizadas fora do período letivo e, pela primeira vez, não contam para a nota final do 9.º ano.
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O facto de não contarem para a nota podia ter provocado uma elevada abstenção mas, para a presidente da Associação de Professores de Matemática, Lurdes Figueiral, este não é um valor alto: "Não me parece que 8% seja um número exagerado de abstenção porque as outras provas de aferição [de outros anos] são feitas no decorrer do ano letivo e esta não foi". As provas decorreram entre 17 e 23 deste mês, mas as aulas do 9.º ano acabaram no dia 7.
Lurdes Figueiral recorda que "não há termo de comparação" e que o facto de as provas não contarem para a nota "contribuiu para aumentar as faltas".
Luís Redes, presidente da Associação de Professores de Português, corrobora: "Até agora o exame era obrigatório e ainda que continue a ser em termos formais, na prática não há consequências, portanto é natural que o número de faltas possa ser maior". O dirigente explica que o objetivo destas provas é "a avaliação do sistema", pelo que a taxa de abstenção de 8% "não estraga muito o retrato".
Governo satisfeito
O Ministério da Educação nota que se verificou "uma elevada presença dos alunos, com percentagens de assiduidade acima de 90%". No caso, a taxa de presenças foi de 92%, com maior assiduidade a Matemática do que a Português. Estes resultados "são fruto da forma empenhada como as escolas e os seus profissionais também os encarregados de educação, responderam a mais esta etapa", prossegue o Ministério de João Costa.
Recorde-se que as provas finais do nono ano foram suspensas nos últimos dois anos devido à pandemia. A retoma - num modelo em que não contam para a nota - visa contribuir para "informar e sustentar intervenções pedagógicas, reajustando estratégias que conduzam à melhoria da qualidade das aprendizagens", esclarece o Ministério.
Matemática melhor
O número de faltas às provas finais de Matemática foi de 7037 (7,2% dos inscritos) e a Português foi de 8016 (8,2% dos inscritos). A prova de Português como segunda língua teve só três faltas (4,5%).
Quem não tem Português como língua materna fez uma prova diferente. A prova de Português Língua Não Materna básica (nível A2) teve 148 faltas (20,4%) e a mais avançada (nível B1) teve 100 faltas (15,9%).