Utentes de estruturas residenciais não equiparadas e confinados têm que ir às mesas de voto. Isolados a partir de hoje não podem eleger.
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Os idosos só podem votar nos lares se forem utentes de estruturas residenciais da sua área de recenseamento, ou concelho limítrofe, e se o equipamento em causa estiver legalizado. Caso contrário, terminado o prazo para o voto antecipado em mobilidade (ontem eram 204 mil inscritos), só votam se forem às urnas no dia das eleições. Também quem ficar em isolamento a partir de hoje não pode votar.
Para os idosos serem equiparados aos eleitores em isolamento, o Instituto da Segurança Social fez um levantamento das estruturas residenciais onde existiam utentes com o desejo de votar no domicílio, isto é, no lar onde residem. Depois, os dados foram enviados para a autoridade de saúde.
"O levantamento foi feito na rede solidária e lucrativa", referiu ontem a vice-presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, Catarina Marcelino, numa conferência de Imprensa que visava explicar as regras do voto antecipado.
A responsável explicou ainda que a Segurança Social não tinha como chegar aos lares ilegais: "A única relação que temos é a partir dos serviços de fiscalização. Não tínhamos condições para fazer esse levantamento".
inscrição obrigatória
Mas não basta aos idosos terem dito que querem votar no lar onde residem. Conforme também explicou Catarina Marcelino, esse lar tem que se situar no concelho de recenseamento do eleitor ou num concelho limítrofe. Além de que o idoso tem que se inscrever na plataforma, tal como todos os eleitores que estão em isolamento. "Temos a certeza que as instituições vão ajudar a fazer essa inscrição", disse. O prazo termina depois de amanhã.
O secretário de Estado Adjunto da Administração Interna desvalorizou o facto de nem todos os idosos poderem votar nos lares onde residem. "Não estão impedidos de votar em mobilidade, no dia 17, ou de votar no dia 24. É mais uma oportunidade", disse Antero Luís, na conferência de Imprensa.
Só que os idosos residentes em lares já não se podem inscrever para o voto antecipado em mobilidade. O prazo terminou à meia-noite. À hora da conferência de Imprensa, estavam inscritas 204 mil pessoas para votarem depois de amanhã e tinham sido criadas 600 mesas de voto em todo o país, "mais 100 do que o previsto".
Devido ao que Antero Luís considerou ser uma "adesão massiva", tiveram que ser alteradas quatro localizações de assembleias de voto, como em Viana do Castelo.
isolados até ontem
Ao nível da grande novidade das presidenciais - o voto ao domicílio -, há mais eleitores que ficam de fora. É que só se podiam inscrever as pessoas que tivessem ficado em isolamento até ao dia de ontem e, cuja situação se prolongue até ao dia 24 ou depois. Ontem, primeiro dia de inscrição, estavam registados 534 eleitores, de 109 concelhos, "98% dos quais em confinamento na sua área de recenseamento", enfatizou Antero Luís.
Segundo o secretário de Estado, isso deve-se ao facto de os votos recolhidos em casa terem que ficar em quarentena para depois serem colocados na urna da mesa de voto do eleitor em causa.