O presidente do CDS-PP disse, esta quinta-feira, no Montijo que "a incompetência" do Governo no acompanhamento dos lares de idosos também é uma ameaça para as instituições, tal como a covid-19.
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"Nós entendemos que o vírus é uma ameaça, mas a incompetência do governo também é", disse à agência Lusa Francisco Rodrigues do Santos, após uma visita ao lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, instituição com 70 utentes que considerou ser "um bom exemplo do tratamento que deve ser dado à população sénior, apesar dos parcos apoios do Estado".
"O que temos visto é um Estado cuja negligência grosseira se vai demitindo das suas responsabilidades nestas instituições, o que demonstra a decadência moral do estado a que chegámos nesta pandemia e a ocorrência de verdadeiros crimes humanitários", acrescentou.
Francisco Rodrigues dos Santos considera que o Governo "está a fazer pouco e a apoiar com meios muito escassos estas instituições [lares de idosos]" e lembra que "quarenta por cento das mortes por covid-19 em Portugal ocorreram em lares de idosos", que apresentam um "quadro geral da pandemia bastante preocupante" e onde há atualmente "mais de 70 surtos ativos".
Embora sem conhecer ainda as medidas de contingência aprovadas no Conselho de Ministros desta quinta-feira, Francisco Rodrigues do Santos defendeu, no entanto, que o Governo, "mais do que estar a inventar categorias e caixinhas para o estado em que o país atualmente vive, precisa é de iniciar um plano de prevenção nacional que evite uma segunda vaga [da pandemia] e que, sobretudo, não torne necessários novos constrangimentos na economia, que o país não vai suportar".
"Há um sem número de atividades que não puderam retomar, porque não têm as suas orientações técnicas de saúde pública desenhadas pela parte do governo, o que é verdadeiramente inadmissível. Nós não podemos paralisar com o medo do vírus. Temos de retomar a normalidade, com uma convivência com esta situação pandémica, que compatibilize os deveres de segurança individuais e coletivos com as responsabilidades de saúde pública", concluiu o líder do CDS-PP.