O Instituto Nacional de Estatística (INE) enviou no início desta semana mais de 35 mil cartas com códigos para realizar um inquérito às condições de vida e origens étnicas da população residente. Os resultados devem ser apresentados até final do ano.
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Até à conferência de imprensa realizada esta quinta-feira para divulgar o inquérito (ICOT), o INE já recebeu dez respostas. O questionário está feito em português e inglês mas pode ser traduzido noutros dez idiomas a pedido dos entrevistados (por exemplo, árabe, bengali, mandarim, francês ou ucraniano).
A recolha de informação vai ser feita até maio e responder "é essencial", frisou esta manhã o presidente do INE que apelou a quem receber as cartas com os códigos de acesso online ao questionário para responderem, pois "sem respostas não há informação".
No total vão ser enviadas 35035 cartas. A resposta é por alojamento e o questionário pode ser respondido, tal como aconteceu com os Censos 2021, online, por telefone ou presencialmente. Para já, 265 entrevistadores irão apoiar a operação no terreno.
Além da identificação do grupo étnico, são colocadas questões sobre os níveis de escolaridade, religião, se já se sentiu discriminado em Portugal, em que situações e locais. Bem como sobre as condições de vida, o nível do trabalho, alojamento, rendimentos ou acesso à saúde.
"É um questionário inédito, inovador mesmo em termos europeus. Ter um inquérito com questões sobre a perceção da discriminação", frisou Francisco Lima.
A integração de uma pergunta sobre a origem étnica chegou a ser ponderada para os Censos 2021 mas o INE acabou por decidir antes realizar um inquérito mais amplo.