Colégio diferenciou portas de entrada, apostou em materiais de desinfeção e contratou 18 funcionários.
Corpo do artigo
São 8.30 horas e Hélder Oliveira chega à entrada principal do colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, com os três filhos. Despede-se dos dois mais velhos, Duarte e Eduardo, a frequentar o 5.º e 7.º anos, respetivamente, e mantém a mão agarrada a Gonçalo, do 1.º ano. O mais pequeno há de entrar, minutos depois, na escola pelo acesso das traseiras.
Diferenciar as portas de entrada e saída por ciclos é umas das mudanças mais visíveis do colégio para fazer face à pandemia. Mas o maior investimento, de 300 mil euros, foi feito em material de desinfeção e purificação do ar nas salas de aula, biblioteca e refeitório.
Saber que a escola tem tapetes e desinfetantes à entrada, mas também maquinaria de ponta, deixa Hélder Oliveira "muito seguro" na hora de deixar os filhos. "O colégio organizou-se bastante bem e tem todos os procedimentos de higienização", refere Adriana Moreira, mãe de uma aluna do 5.º ano, que também se assume "tranquila".
intervalos reduzidos
12708552
Para minimizar os riscos de contágio da covid-19, o administrador do colégio, António Araújo, explica que a opção foi selecionar a entrada sul para as crianças da pré-escolar e primeiro ciclo, para onde foram alocadas cinco funcionárias que recebem os mais pequenos.
Depois, a cada intervalo, os professores têm que assegurar que os corredores estão livres na hora da saída da sala e há portas específicas para cada bloco, que estão assinaladas por cores.
O recinto do bar só tem lotação para 100 alunos ao mesmo tempo, os matraquilhos estão proibidos e os intervalos foram reduzidos para dar mais tempo para a hora de almoço. "Criarmos barreiras de acrílico é uma possibilidade para podermos juntar quase mil alunos nos dois refeitórios", explica António Araújo.
Outra ideia em cima da mesa é a colocação de túneis de desinfeção, com medidor de temperatura integrado.
deixaram de medir febre
"Em maio, fazíamos a medição de temperatura, mas era impraticável", conta o responsável, ressalvando que os investimentos, a que se junta a contratação de mais 18 funcionários para reforço de limpezas, não implicaram um aumento das propinas, mas poderá ter repercussões no futuro.
"É incompreensível que o Governo tenha isentado de IVA os produtos de higienização só nas escolas públicas. Não devia haver discriminação", considera António Araújo, admitindo que, à parte dessa insatisfação, "o mais difícil" no arranque das aulas foi mesmo ver a tristeza das crianças por se separarem dos pais à porta. "Doía a alma", confessa.
Já para professores e alunos, a maior dificuldade é aguentar a máscara durante várias horas. "Mas, mesmo assim, é muito melhor vir à escola do que estar em casa", defende a professora Elisabete Pacheco.