A poucos dias do início do ano letivo, as livrarias e papelarias ainda não conseguem responder a todas as encomendas dos manuais escolares devido ao atraso no fornecimento das editoras. Dizem que há pais que compreendem a situação, mas outros preocupados com a demora.
Corpo do artigo
Os números mais recentes do Ministério da Educação (ME) revelam que 800 mil alunos - mais de metade do total - já descarregaram os respetivos "vouchers" na plataforma MEGA. Deverá haver cerca de 350 mil que ainda não realizaram o procedimento. Para a semana, apurou o JN, os editores, que tiveram pouco mais de dois meses para produzir livros novos para todos alunos, devem fazer um balanço sobre a distribuição.
12394926
"A situação não está pior [do que no final de agosto], mas também não está melhor", adiantou Tânia São Brás, da papelaria Lita em Anadia, acrescentando que recebe telefonemas de alguns clientes a perguntar se "a sua encomenda foi esquecida". Os manuais vão sendo entregues à medida que chegam, mas as editoras não se comprometem com prazos de entregas.
"Tenho encomendas de livros feitas entre 20 e 25 de agosto que não sei quando vou conseguir entregar", prosseguiu, apelando à tutela para reafirmar "que os alunos não serão prejudicados porque os livros não vão fazer falta" no início.
Para Fernando Ramalho, da livraria Tigre de Papel, em Lisboa, nos casos em que os alunos mudam de ciclo - como os que passaram do 4.º para o 5.º ano, com a introdução de várias disciplinas novas - a utilização dos manuais do ano anterior pode não fazer tanto sentido, "por ser um tipo de aprendizagem completamente diferente". No entanto, defendeu que nestes casos os professores conseguem resolver o problema.
"Vouchers" tardios
"Estamos a viver uma situação excecional", sublinhou, antecipando que há manuais que só vão chegar após o início das aulas. "De forma geral", os clientes percebem que a demora se deve ao pouco tempo que as editoras tiveram.
Margarida Moreira, da Papelaria Maia, em Paredes, revelou que "os pais estão compreensivos" e que a situação "começa a regularizar". Mas como há pais que se atrasam nas encomendas e casos em que as escolas se atrasaram na emissão de vouchers, há pedidos que vão ficando pendentes.
Em resposta ao JN, a Direção de Comunicação da Leya garantiu que o abastecimento "decorre com normalidade". Porém, "ainda faltam emitir muitos "vouchers" por parte de escolas de todo o país".