Jerónimo avisa que não está a prazo e PCP é essencial à alternativa de esquerda
Jerónimo de Sousa avisou este domingo que a sua liderança nem está a prazo nem "em período experimental". No discurso de entronização como líder comunista, garantiu ainda que qualquer que seja a alternativa política que se desenhe para o país não será possível sem o PCP.
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O secretário-geral do PCP, reconduzido este domingo pelo partido em Loures, respondeu às vozes que lhe vaticinam um quinto mandato curto, com uma eventual desistência para ser sucedido no meio dos quatro anos que vão até ao próximo congresso.
"Não estamos aqui a prazo datado, nem em período experimental, mas, sim, disponíveis para fazer o que temos de fazer o que o Congresso decidiu", atirou Jerónimo de Sousa, reeleito líder dos comunistas, quase no final da sua intervenção e de forma espontânea, visto que não constava no discurso que estava a ler.
Segundo Jerónimo de Sousa, tal como aconteceu desde 2015, se é verdade que a "alternativa política não é possível só com o PCP", "também não será possível sem o PCP".
"Este é um partido necessário e indispensável para construir um futuro de progresso e desenvolvimento", disse, realçando que "a vida já mostrou e continua a mostrar" a validade de tal tese e apelando a uma "convergência" de forças democráticas para mudar o país.
No arranque do seu discurso, Jerónimo de Sousa começou por salientar que a "situação sanitária" veio acentuar "uma deteriorada situação social" - onde já abundavam "baixos salários, precariedade e injustiças" - a que o Governo não está a conseguir responder, porque "o PS não se liberta das suas escolhas e opções". Já os "avanços" registados com diversas medidas que constam no Orçamento do Estado para 2021, destinados aos trabalhadores, reformados ou o Serviço Nacional de Saúde, "têm marca" do PCP, reivindicou.
Reunião magna provou que "não há dificuldade intransponível"
Antes de salientar que o PCP está já focado na estratégia das presidenciais, a que concorre João Ferreira, e das autárquicas, Jerónimo denunciou que, há vários meses e a reboque da pandemia, foi desencadeada uma campanha do medo contra o PCP, de que, o congresso do partido foi o exemplo mais recente.
Movido por "forças reacionárias", esse medo foi lançado contra reunião magna dos comunistas de forma ainda mais contundente do que aconteceu no 25 de Abril ou na Festa do Avante!
Por isso, feitas as contas ao fim dos três de reunião magna, o líder comunista foi taxativo sobre o resultado: "se há algum ensinamento a extrair do congresso do PCP é que não existe nenhuma dificuldade intransponível para garantir a segurança sanitária e o exercício de direitos e liberdades".